Fabio Pereira – New Proxy War II

Fábio Costa Pereira

Procurador MP/RS

A única coisa que não é nos permitido ser,  neste momento histórico, onde os interesses e poder de influência das grandes nações estão sendo reassentados no cenário geopolítico internacional, é ingênuos.

É preciso, antes de se proferir taxativas opiniões, refletir-se um pouco sobre toda a fotografia, conectando-se os pontos que nos levem à conclusão mais viável sobre o que está acontecendo.

Pois bem, vamos a alguns importantes pontos deste tracejado que podem nos levar a uma figura mais complexa do que se possa imaginar.

Em 2013, Gleen Greenwald, acompanhado da cineasta Laura Poitra, encontrou-se, em um hotel em Hong Kong (CHINA), com Edward Snowden.

Snowden, então funcionário de alto “ranking” de uma empresa terceirizada que prestava serviços na área de Segurança e Defesa para o governo norte-americano, de forma sistemática e organizada,  apropriou-se, ilegalmente, de centenas de informações sensíveis daquele país e as entregou a Grenwald.

O cerne do vazamento de Snowden, trazido ao conhecimento de todos em livro publicado por Grenwald em 2014 (não direi o nome para não fazer publicidade), dava conta de que os CINCO OLHOS: EUA, Canadá, Nova Zelândia, Austrália e Inglaterra, capitaneados pela NSA, tinham a capacidade de capturar 100% de todas as comunicações  eletromagnéticas transmitidas mundo afora.

Snowden, traidor para os norte-americanos, após a entrevista,  fugiu para a RÚSSIA, onde se encontra até hoje.

Greenwald, que já morava no Brasil, com identificação político e ideológica clara, após o sucesso do livro, retomou o seu ativismo e militância.

Como mais um capítulo de um verdadeiro folhetim, Grenwald, há uma semana, liberou “informações” sobre a Lava Jato, mais especificamente de conversas travadas entre Sérgio Moro e Deltan Dallangnol, travadas via TELEGRAM, aplicativo de Comunicações criado por um RUSSO, atribuindo, como fonte, um Hacker anônimo.

Na sequência, no domingo passado, o perfil Pavão Misterioso, via Twitter, liberou “contrainformações” implicando o envolvimento de um Hacker RUSSO no tal vazamento de informações, além de outros fatos muito sérios.

Ingênuos acharão que os acontecimentos não passam de possíveis crimes cometidos por hackers comuns.

No entanto, o cenário visto como um todo nos permite pensar que estamos imersos em uma guerra cibernética por procuração, onde em jogo interesses muito maiores do que, neste momento, possamos antever.

Meu conselho, conectem os pontos e tirem as suas próprias conclusões.

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