Sete estados da Amazônia Legal têm Garantia da Lei e da Ordem Ambiental autorizada

Júlia Campos

Dos nove estados que compõem a Amazônia Legal, até o momento sete formalizaram e tiveram autorizada a solicitação, pela Presidência da República, para emprego da Garantia da Lei e da Ordem Ambiental (GLOA). São eles: Acre, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

A partir dessas demandas, estão sendo planejadas as ações de apoio das Forças Armadas às iniciativas já em andamento de combate aos focos de incêndio na região.

A missão das Forças Armadas na GLOA é de atuar, em coordenação com os órgãos de controle ambiental e de segurança pública, que já trabalham em nível estadual, para combater os crimes ambientais na Amazônia Legal.

As Forças Armadas já estão atuando com duas aeronaves C-130 Hércules, próprias para combater incêndios, em Porto Velho (RO). De acordo com a Aeronáutica, o C-130 conta com o sistema chamado MAFFS, do inglês Modular Airborne Fire Fighting System.

O equipamento é composto por cinco tanques de água, que comportam até 12 mil litros de água, e dois tubos que se projetam pela porta traseira do avião.

Para realizar a missão, o avião tem que sobrevoar a área do incêndio a uma altura de 150 pés, aproximadamente 46 metros de altura. O lançamento, por meio de pressão, dura sete segundos e a própria inércia se encarrega de espalhar o líquido sobre o fogo, por uma linha de 500 metros.

Após despejar a água, a aeronave retorna para Porto Velho, ponto de apoio, onde recebe um novo carregamento.

A 17ª Base Logística presta apoio ao realizar o reabastecimento de água para as aeronaves C-130. Para isso, são empregadas duas Viaturas de Transporte Especializado Cisterna de Água (VTE CTA). Cada caminhão tem capacidade para de 12 mil litros.

No início da tarde deste domingo (25), 30 bombeiros da Força Nacional chegaram a Porto Velho para auxiliar nas ações de combate às queimadas. De acordo com o bombeiro militar Tenente Coronel Vandernilson Peres, a equipe vai trabalhar de forma integrada com o Exército, os órgãos estaduais e federais.

"Esse pessoal esteve em Brumadinho e Moçambique, então são experientes na área. Além dos cursos voltados para desastres urbanos, temos especialistas em combate a incêndio florestal. Temos data para chegar, mas não para voltar. Estamos à disposição para contribuir", destacou o militar da Força Nacional.

Verba

De forma emergencial, o Ministério da Economia descontingenciou R$ 38,5 milhões para que o Ministério da Defesa dê continuidade às ações na região da Amazônia Legal.

Mais de 43 mil militares das Forças Armadas reforçam ações de combate a incêndios na Amazônia¹

O Ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, divulgaram ações de combate a incêndios na Amazônia Legal durante coletiva de imprensa realizada na manhã deste sábado (24). Mais de 43 mil integrantes das Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica) estão locados na região. Eles estão disponíveis para atuar, de acordo com a demanda, coordenados com órgãos de controle ambiental e de segurança pública.

Após publicação do Decreto Nº 9.985 de 23/08/2019, na sexta-feira (23), foi instalado o Centro de Operações Conjuntas no Ministério da Defesa para execução das ações. O documento autoriza o emprego das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem Ambiental (GLOA) e para ações subsidiárias nas regiões de fronteira, terras indígenas, áreas da União, além de outras áreas da Amazônia Legal, caso haja requerimento do governador do respectivo estado.

“O emprego será basicamente em ações preventivas e repressivas contra ilícitos ambientais e levantamento e combate a focos de incêndio”, explicou o Ministro Fernando Azevedo, durante coletiva.

“Nos últimos anos as Forças Armadas aumentaram de forma significativa a presença na Amazônia. Temos o Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM), coordenado pelo Ministério. O SIPAM utiliza as mais avançadas tecnologias para monitorar o meio ambiente e toda a área”, informou Fernando Azevedo.

O Ministro do Meio Ambiente ressaltou a importância da atuação dos órgãos locais. “Mais uma vez, conclamamos os estados a participarem desse esforço. Entendemos que muitos têm limitações, mas não é possível desenvolvermos essas atividades de fiscalização, comando e controle, sem o apoio estadual”.

As operações de Garantia da Lei e da Ordem Ambiental na Amazônia Legal serão coordenadas pelo Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, Tenente Brigadeiro do Ar, Raul Botelho. Até o início da tarde, requereram apoio e foi autorizado pelo presidente da República o emprego de Garantia da Lei e da Ordem (GLOA) nos estados de Rondônia, Roraima, Tocantins e Pará.

Ações em andamento

As Forças Armadas disponibilizaram duas aeronaves C -130, próprias para combater incêndios, para atuarem em Porto Velho (RO). Entre as Organizações Militares daquele estado estão designadas para reforçar o combate aos incêndios florestais a 17ª Brigada de Infantaria de Selva, situada em Porto Velho, a Delegacia Fluvial de Porto Velho e o Centro Regional de Vigilância (CRV), órgão pertencente ao SIPAM, também situado em Porto Velho.

Um helicóptero do IBAMA decolou de Cuiabá para apoiar as ações em Porto Velho, na manhã da sexta-feira (23). 

Na manhã de hoje (24), quatro aeronaves de combate a incêndio da ICMBio foram enviadas ao estado de Rondônia. Amanhã (25), a Força Aérea Brasileira transporta, de Brasília para Porto Velho, 30 bombeiros da Força Nacional de Segurança Pública aos locais das queimadas.

Estão reunidos no Centro de Operações Conjuntas no MD representantes do Ministério do Meio Ambiente, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), da Força Nacional, da Polícia Federal, do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazonia (Censipam), do Ministério da Agricultura, da Pecuária e Abastecimento e do Ministério das Relações Exteriores.

Fotos: Keven Cobalchini/MD, Alexandre Manfrim/MD e Sargento Johnson/FAB 

¹Por Lane Barreto / MD

 

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