FAB capacita militares para inspeção em voo

Daisy Meireles / Aspirante Cristiane dos Santos

Aspirante Raquel Timponi¹

O Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), unidade da Força Aérea Brasileira (FAB) localizada no Rio de Janeiro (RJ), realizou a edição 2017 do curso de especialização do Programa de Atividades de Ensino e Atualização Técnica do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA).

Ao total, 15 militares, entre oficiais e graduados, receberam formação em piloto inspetor e em operador de sistema de inspeção em voo. O curso teve duração de quatro semanas, com início em 1º de junho e término em 14 de julho, nas dependências do GEIV, e foi coordenado pela Subseção de Instrução do Grupo visando à capacitação dos novos profissionais.

Segundo o comandante do GEIV, Major Aviador Mauro Carrinho de Moura, esta é a primeira fase de um aprendizado longo. “Começa, a partir de agora, a aplicação dos conhecimentos que os militares receberam no GEIV.

A parte prática é seletiva, ou seja, os militares passarão, ainda, pela fase de adaptação”, afirmou. O Major Mauro ainda ressaltou a importância da dedicação, aptidão e perfil como requisitos necessários para trabalhar com inspeção em voo.

Durante a cerimônia de conclusão da especialização, o comandante do GEIV fez a entrega dos certificados aos futuros pilotos inspetores e operadores de Sistema de Inspeção em Voo – com destaque para o primeiro colocado no curso, o Capitão Aviador Marcelo José da Paz Júnior.

FAB investe na formação continuada e em parcerias para a reestruturação da ECEMAR¹

Na segunda reportagem sobre a Reestruturação do Ensino, determinada pela Concepção Estratégica “Força Aérea 100”, será abordada a Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica (ECEMAR) que também passa por reformulações na área educativa.

As principais mudanças ocorrem no Curso de Comando do Estado-Maior (CCEM) e no Curso de Altos Estudos Militares (CAEM), este último criado em substituição ao antigo Curso de Estudos e Políticas Estratégicas Aeronáuticas (CPEA).

Brigadeiro Ricardo fala sobre mudanças no ensino

Responsável pela formação de oficiais superiores, a ECEMAR traz como novidades a introdução do ensino à distância na grade curricular dos cursos CCEM e CAEM, além da possibilidade de maior qualificação profissional.

Ainda no projeto de reformulação, a novidade é uma recente parceria do CCEM com o mestrado profissional do Programa de Pós-Graduação em Ciências Aeroespaciais (PPGCA).

"Os principais processos da área educativa estão sob responsabilidade da Coordenadoria de Ensino, que agora atua na pós-formação, desde o curso de Capitão, passando pelo CCEM até o Coronel. Isso nos trouxe a possibilidade do ensino continuado, que foi tão discutida por várias gerações e hoje conseguimos colocar em prática", avalia o Comandante da ECEMAR, Brigadeiro Ricardo José Freire de Campos.

A criação de duas Vice-Reitorias, a de Cursos Militares e a Acadêmica, pôde aplicar o plano de educação continuada e promover maior integração dos cursos, ao longo da carreira.

Entenda o que muda no CCEM

Ainda atendendo à ideia de educação continuada na formação de oficiais superiores em um nível mais estratégico, o CCEM permanece. Porém, um novo curso realizado à distância, o Curso Básico de Comando do Estado-Maior (CBCEM), surge em substituição ao antigo estágio preparatório (EPCCEM), que ocorria em momento anterior ao CCEM.

O curso CBCEM também passa a contemplar um MBA de Planejamento e Gestão Estratégica como novidade. Terminada a etapa do CBCEM, o oficial estará apto, na sequência, a realizar o curso presencial, que inclui o módulo de Doutrina Básica da Força Aérea.

Já durante o período presencial do CCEM, a partir de agora os alunos têm a opção de realizar disciplinas do primeiro ano do mestrado profissional do PPGCA, da UNIFA, de forma conjugada com o CCEM. Ao final do segundo ano do CCEM, os alunos que se interessarem pelo mestrado podem fazer a seleção e, após o desenvolvimento da dissertação, obter o grau de mestre, em um programa credenciado pela CAPES/MEC.

Na nova estrutura, os demais alunos do CCEM que não tiverem aptidão para o mestrado, cursam, no período, uma especialização em Ciências Aeroespaciais. “Para 2019, sincronizamos os calendários do PPGCA com o da ECEMAR.

A ideia é que, enquanto os alunos do CCEM realizam a nova especialização em Ciências Aeroespaciais, os voluntários para o mestrado cursam o mestrado juntamente com outros militares que passaram no processo seletivo em 2018”, explica o Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa, Coronel Aviador Hudson Ávila Diniz.

Com relação à questão pedagógica, a principal transformação é que a metodologia passa a ser participativa. "Estamos investindo pesadamente no centro de educação à distância, que tem o objetivo de integrar os currículos.

A Metodologia Científica e Produção textual no CAP, por exemplo, é a mesma que será aplicada no CCEM, exigindo uma participação mais ativa do aluno.

Nessa metodologia, o aluno sai da postura passiva e passa a discutir entre os colegas e o professor se transforma em um facilitador da aprendizagem. É uma quebra de paradigma no ensino", avalia o Brigadeiro Ricardo.

Para o Chefe da Divisão de Ensino da ECEMAR, Coronel Aviador Flávio Luiz de Oliveira Pinto, "essa metodologia não vai exigir uma mudança cultural muito grande, uma vez que o corpo discente da ECEMAR possui experiência pregressa para compartilhar ideias em grupo e já está habituado a tomar decisões e a desenvolver pensamento analítico, essencial no curso de oficiais superiores".

Além do CCEM presencial, outro curso será o Semi-Presencial, que ocorre nas áreas da saúde – Curso de Gestão Hospitalar (para Médicos, Dentistas, Farmacêuticos, Engenheiros Especialistas) em EaD – , e que depois reúne as turmas da saúde com os demais alunos do CCEM na segunda etapa do curso CCEM presencial, nas disciplinas de formação militar, como Doutrina, Emprego da Força e Exercícios Simulados de Guerra.

A criação do CAEM

Outra modificação é a criação do CAEM, em substituição ao CPEA, destinado a preparar o oficial a desempenhar funções de alto-comando, hierárquicas e no nível estratégico.

Na reformulação, o CAEM, realizado em um ano, passa a ser composto de três etapas. A primeira é a realização do estágio intensivo sobre Política e Estratégia Aeroespaciais. A segunda é a etapa de realização conjunta do curso com as três forças, o que pode acontecer na Escola Superior de Guerra (ESG), numa escola congênere ou no exterior.

E a terceira fase é um curso de extensão em “Alta Gestão Executiva”, em EaD. A alteração significa o primeiro passo com a interoperabilidade, de maneira conjunta com outras Forças e, ao final, o oficial recebe o certificado dos dois cursos (CAEPE e CAEM).

Artigo relacionado:

 

FAB cria Pró-Reitoria de ensino em substituição ao CIEAR [Link]

Fotos: Agência Força Aérea – Suboficial Mara e Luiz Eduardo Perez / FAB

Compartilhar:

Leia também

Inscreva-se na nossa newsletter