Reconhecimento aéreo – o trabalho dos esquadrões especializados da FAB

Asp Patrícia Meyer / Ten Evellyn Abelha
 

Rastreamento minucioso de dados de inteligência e monitoramento de áreas de interesse. Essas são algumas das atividades realizadas pela Aviação de Reconhecimento da Força Aérea Brasileira.

A bordo das aeronaves, câmeras, sensores e radares são os olhos da FAB que, do alto, auxiliam na detecção de ameaças e na proteção do território brasileiro. Concentrados nas regiões Sul e Centro-Oeste do País, conheça o trabalho dos militares dos quatro esquadrões especializados em reconhecimento aéreo que atuam desde a área tática até a vigilância da Amazônia.

Esquadrão Poker (1º/10º GAV) – Ala 4, Santa Maria (RS)

É a única unidade da FAB que tem por missão principal o reconhecimento tático. A atividade objetiva fornecer informações oportunas e atualizadas às forças amigas, referentes à disposição, composição e movimentação das forças inimigas, instalações, emissões eletrônicas, condições meteorológicas e outros aspectos que possam interessar a um Comando de Teatro de Operações.

 A unidade opera as aeronaves A-1 (AMX) e também cumpre as missões de Controle Aéreo Avançado, Supressão de Defesa Aérea Inimiga, Ataque e Apoio Aéreo Aproximado.

Esquadrão Hórus (1º/12º GAV) – Ala 4, Santa Maria (RS)

Opera as Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARP) RQ-450 e RQ-900. É o único esquadrão da FAB a trabalhar com aviões não tripulados. A missão do Hórus é capacitar seu efetivo em Ações de Reconhecimento Aéreo, Vigilância de Área, Controle Aéreo Avançado e Posto de Comunicações no Ar.

As atividades são empregadas em operações singulares, conjuntas ou interagências. “Dentro deste rol estão as missões próprias da Força Aérea; missões em proveito da Marinha e do Exército na segurança das fronteiras; e em suporte a outras instituições governamentais; podendo atuar em áreas de segurança pública, controle de desmatamento, suporte à defesa civil e apoio à segurança em grandes eventos”, detalha o Comandante do Esquadrão Hórus, Tenente-Coronel Sandro Bernardon.

Esquadrão Carcará (1º/6º GAV) – Ala 2,

Anápolis (GO)

Há seis meses, foi transferido de Recife (PE) para a Ala 2, em Anápolis (GO). Opera a aeronave R-35A que executa Reconhecimento de Alvo, como pistas de pouso clandestinas, hidrelétricas entre outros; e Aerolevantamento, utilizando o sensor para o imageamento de uma área, e não apenas um alvo específico. “O Aerolevantamento é muito utilizado por órgãos municipais, estaduais e federais para atualização de mapas, banco de dados e serviços de segurança pública”, esclarece o Comandante do Esquadrão Carcará, Tenente-Coronel João Gustavo Lage Germano.

Já o R-35AM utiliza um sensor de Medida de Apoio à Guerra Eletrônica (MAGE) para realizar missões com a captação de sinais de radares, embarcados ou não, capacitando os setores responsáveis a alimentar uma biblioteca de dados, a fim de fornecer esses dados aos vetores que utilizem Medidas de Proteção Eletrônica (MPE).

 Esquadrão Guardião (2º/6º GAV) – Ala 2, Anápolis (GO)

Foi ativado para apoiar o Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM). É responsável pelo planejamento, execução e supervisão das missões de Sensoriamento Remoto, Reconhecimento Aéreo e Controle e Alarme Aéreo Antecipado. 

Utiliza a aeronave R-99 que possui sistemas capazes de realizar imageamento de perímetros ou objetos terrestres, como áreas de queimadas e desmatamento, auxiliando os órgãos de fiscalização ambiental. Já a aeronave E-99 é equipada com radares que possibilitam identificar a localização de aeronaves suspeitas que estejam cruzando o espaço aéreo brasileiro, coibindo, entre outras práticas, o tráfico de produtos ilegais que chegam ao País por meios aéreos.

Aviação de reconhecimento na busca pelo Air France 447   

"No dia 1° de junho de 2009, o Esquadrão Guardião foi acionado para integrar as equipes de buscas pelo Air France que decolou do Galeão com destino a Paris.

A tripulação tinha o grande desafio de encontrar vestígios da aeronave em uma área de 1.019.548 km², 10 vezes o estado de Pernambuco. Estávamos correndo contra o tempo e as condições climáticas não favoreciam as buscas visuais. Foi em uma decolagem do R-99 que a tripulação, por meio do Radar de Abertura Sintética, identificou objetos metálicos e não metálicos no Oceano Atlântico, a cerca de 800 km de Fernando de Noronha.

Os pontos foram repassados às aeronaves C-130 Hércules e C-105 Amazonas que, na manhã seguinte, confirmaram a presença de uma mancha de combustível e avistaram uma poltrona na água. Após confirmação, as coordenadas foram repassadas à Marinha para recolhimento e traslado para o continente do material localizado.

 A vontade de ajudar era nosso combustível para os voos de busca diurna e noturna. O que eu gostaria mesmo era poder encontrar as pessoas com vida, mas sinto orgulho por prestar algum auxílio às famílias das vítimas".

 

 

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