Reestruturação da Força Aérea, entenda porquê

As constantes transformações da atualidade têm impelido as instituições à racionalização de suas atividades, simplificação dos processos e busca da eficácia e da eficiência. Inserida nesse contexto, a Força Aérea Brasileira desencadeou uma série de ações que permitirão vencer os desafios do amanhã, contribuindo para o desenvolvimento do Poder Aéreo e Espacial Brasileiro, sempre com o foco na missão-síntese da Aeronáutica.

Dessa forma, a Força continuará sendo reconhecida por sua adaptabilidade e agilidade, tanto no planejamento quanto na execução das suas atividades, adequando-se às prováveis limitações de recursos e às incertezas do ambiente externo.

Os principais objetivos da reestruturação são, portanto, garantir a perenidade e evolução da FAB; garantir um processo de melhoria contínua; e aumentar a efetividade dos recursos empregados.

Histórico – Ao completar 75 anos e, considerando as necessidades de atualização e adequação aos novos processos administrativos, que levam em conta a escassez de recursos humanos e financeiros, o Comando da Aeronáutica (COMAER) começou a adotar medidas para a racionalização e a otimização de suas atividades.

Conforme divulgado na Diretriz do Comando da Aeronáutica (DCA) nº 11-51/2016, o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato, determinou que o Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER) coordenasse uma reestruturação organizacional da Força Aérea Brasileira (FAB). "Isso é fundamental para alcançar a excelência na administração dos recursos financeiros, patrimoniais, materiais e humanos do COMAER e, paralelamente, acompanhar a modernização dos meios operacionais da FAB", destaca o documento.

Grandes Comandos

Mudanças na estrutura organizacional de Grandes Comandos fazem parte da reestruturação da FAB. A readequação vai promover o incremento da eficiência administrativa e maior racionalidade da estrutura organizacional, com as Unidades voltadas prioritariamente às suas atividades-fim.

Além de atualizações nas estruturas dos Grandes Comandos, alguns estão sendo totalmente reformulados. As atribuições e tarefas atualmente praticadas no Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR) e nas quatro Forças Aéreas (FAe), por exemplo, passam a ser de responsabilidade do novo Comando de Preparo (COMPREP).

O Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) será o Comando Operacional Conjunto, permanentemente ativado, responsável pelo planejamento, coordenação, execução e controle das operações aeroespaciais, tanto recorrentes quanto eventuais.

Esse novo comando abarcará as atividades de defesa aérea e antiaérea desenvolvidas pelo Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA), conjugando ainda as ações de Emprego da Força Aérea anteriormente conduzidas pelo COMGAR e pelas quatro FAe, como o transporte aerologístico, a busca e salvamento e a patrulha marítima, além das operações conjuntas determinadas pelo Ministro da Defesa.

Conheça os Grandes Comandos:

Comando da Aeronáutica (COMAER)
Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER)
Comando de Preparo (COMPREP)
Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE)
Comando-Geral de Pessoal (COMGEP)
Comando-Geral de Apoio (COMGAP)
Secretaria de Finanças da Aeronáutica (SEFA)
Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA)
Departamento de Ciência e Tecnologia da Aeronáutica (DCTA)

GAP – Grupamentos de Apoio

Em 2016, foram implantados novos Grupamentos de Apoio (GAP) com o objetivo de concentrar as atividades relacionadas com licitações, contratos, convênios e instrumentos congêneres, finanças, subsistência, almoxarifado, tecnologia da informação, transportes de superfície, protocolo e arquivo, fardamento, pessoal e outras específicas de cada organização que não refletem a atividade-fim da Força.

O resultado esperado com a concentração dos processos administrativos é o aumento da eficiência em função da mão de obra qualificada, cultura organizacional, padronização de procedimentos, economia nas aquisições e contratações de serviços, além do pleno atendimento das expectativas das organizações apoiadas e a desoneração dessas OMs para que foquem em sua atividade principal.

Também já foram criados, no Rio de janeiro, o Grupamento de Apoio Logístico, com objetivo de concentrar a execução administrativa das Organizações de Logística da localidade; e o Grupamento de Apoio da Saúde, responsável pelo apoio logístico e administrativo das unidades de saúde.

ALA

E m dezembro de 2016, começaram a ser ativadas as Alas – organizações militares voltadas para a área operacional – e desativadas as estruturas de Comandos Aéreos Regionais (COMAR).

Cada Ala será uma organização operativa de nível tático, comandada por um Brigadeiro do Ar ou Coronel-Aviador, com responsabilidade focada tanto nas atividades de preparo quanto nas ações de emprego da Força, quando assim for determinado.

Em outras palavras, as Alas, distribuídas pelo território nacional, serão o símbolo de uma Força Aérea focada em sua missão-fim. A razão de ser do comandante da Ala é a atividade operacional, ou seja, treinar ou empregar os esquadrões subordinados, de acordo com as diretrizes e os planos emitidos pelos escalões superiores.

Ele não terá grandes preocupações com atividades administrativas, mas deverá coordenar com os órgãos especializados todo o apoio necessário para que seus comandados alcancem os padrões previamente definidos, de forma segura, eficaz e eficiente.

Atividades rotineiras como aquisições de materiais e serviços, pagamento de diárias, conservação e reforma de instalações, fornecimento de alimentação, manutenção de viaturas e atendimento a pensionistas, que antes eram de responsabilidade de um comandante de um COMAR ou de uma Base Aérea, por exemplo, passam a ser executadas por órgãos especializados, subordinados aos Órgãos Setoriais de Logística, Pessoal e Administração.

Em outras palavras, serão segregadas as atividades-meio no COMGAP, no COMGEP e na SEFA e abrimos o caminho para as modificações operacionais. Para cumprir sua missão, a Ala será constituída basicamente por esquadrões aéreos, além de grupos, esquadrões e esquadrilhas especializados em manutenção de aeronaves, suprimento de aviação, armamento aeronáutico e segurança e defesa.

Serão criadas 15 Alas, sediadas nas seguintes localidades: Anápolis, Belém, Boa Vista, Brasília, Campo Grande, Canoas, Galeão, Manaus, Natal, Santa Cruz, Santa Maria, São Paulo, Porto Velho, Recife e Salvador.

As Bases Aéreas de Fortaleza, Santos, Florianópolis e Afonsos, que serão Bases de Desdobramento sem esquadrões aéreos permanentemente sediados, serão subordinadas diretamente ao Comando de Preparo (COMPREP).

Leia também:

FAB – ALA 3 é ativada em Canoas (RS) [Link]

Primeira Ala é inaugurada na Força Aérea Brasileira [Link]

Reestruturação administrativa da FAB domina encontro entre comandantes [Link]

Um Roteiro sobre as modificações da FAB pode ser acessado no Documento Bolimpe:

BOLIMPE – Reestruturação da FAB – na íntegra Link

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