Durante o exercício Gavião de Fogo, realizado em outubro no Centro de Treinamentos de Maxaranguape (RN), o Suboficial Especialista em Armamentos Mauro Henrique dos Santos Modesto foi um dos responsáveis por armar as aeronaves UH-50 Esquilo com a metralhadora calibre .50 e o foguete SBAT 70.
“As aeronaves realizaram cerca de 30 saídas por dia. Em cada uma delas, nós municiávamos a metralhadora e o suporte do foguete. Esses armamentos têm o poder de destruir um carro de combate, por exemplo”, ressalta o Suboficial.
O militar, que teve um papel fundamental para o batismo de fogo dos futuros pilotos de helicóptero da Força Aérea Brasileira (FAB), faz parte há 27 anos de uma estrutura maior: o Sistema de Material Aeronáutico e Bélico (SISMAB).
O SISMAB conta com mais de 290 operadores em todo o Brasil. “Onde existe uma pistola 9mm e alguém para manusear esse armamento, nós temos um membro do SISMAB”, comenta o Diretor do Parque de Material Bélico de Aeronáutica do Rio de Janeiro (PAMB-RJ), Coronel Aviador Sylvio Malheiro Junior.
A FAB possui mais de 40 projetos relacionados a material bélico que vão da aquisição de fuzis a bombas guiadas a laser, sensores de última geração, além dos óculos de visão noturna e dos mísseis de quinta geração (A-Darter). Esses últimos vão equipar o novo caça da FAB, o Gripen NG. “Aeronaves equipadas com armamento são a razão de ser de uma Força Aérea”, complementa o Coronel Malheiro.
Dia do Material Bélico
A data é uma homenagem ao evento histórico de 11 de novembro de 1944, quando as aeronaves do 1º Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA) voaram pela primeira vez como unidade independente na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial.
As missões contaram com apoio dos especialistas da FAB, como o Tenente-Coronel Especialista em Armamento Jorge da Silva Prado, que se tornou patrono do material bélico da Aeronáutica. Ele realizou diversas atividades durante a guerra, como o remuniciamento dos aviões, harmonização das metralhadoras com o visor do tiro e conjugação de comando de disparo das metralhadoras com as câmeras cinematográficas para registro dos resultados das missões.
O Tenente-Coronel Prado faleceu em 1991. Mas seu filho, o engenheiro Reinaldo da Silva Prado, lembra dos feitos do pai. “Ele se orgulhava demais de suas inovações. Um exemplo foi uma espécie de carrinho que sobe e desce para conduzir as bombas que pesavam 500 kg até o P-47. Foi um avanço na época”, destacou.
Ao regressar ao Brasil, Prado introduziu novos métodos de armazenagem de material bélico, modificou o Sistema de Ordens Técnicas e estabeleceu nomenclatura adotada pelas Forças Armadas do Brasil. Também idealizou bombas incendiárias e produziu os primeiros foguetes de aviação fabricados no País.
Novo SISMAB
O Comando-Geral de Apoio (COMGAP) unificou o Sistema de Material Aeronáutico (SISMA) e o Sistema de Material Bélico (SISMAB).
O objetivo foi garantir a meta de prever e prover o suprimento e a manutenção necessários ao suporte logístico do Material Aeronáutico e Bélico, garantindo sua condição de pronto emprego com o menor consumo possível de recursos humanos, materiais e financeiros, seja em situação de paz, de conflito ou de emergência.