Cerca de 100 militares participaram nesta quarta-feira (10/06), no Rio de Janeiro (RJ), da Reunião da Aviação de Transporte (RAT 2015). O objetivo foi atualizar os tripulantes quanto às técnicas, táticas e doutrinas do que há de mais moderno nesse tipo de aviação no mundo. O evento segue até quinta-feira (11/06).
O Tenente Rodney Oliveira Lisboa, piloto do Esquadrão Tracajá (1º ETA), sediado em Belém (PA), participou pela primeira vez da RAT. Ele explica quais as vantagens de reunir os integrantes das 13 unidades aéreas responsáveis por diversas missões, como apoio humanitário, transporte de indígenas, transporte de órgãos e transporte de tropas.
“O Brasil é muito grande e, às vezes, a comunicação é difícil. Com todos aqui é possível disseminar a mesma doutrina e padronizar as operações”, conta o piloto do Esquadrão Tracajá que realiza apoio constante na região amazônica. “Nós damos suporte a locais inacessíveis, como comunidades ribeirinhas e Pelotões Especiais de Fronteira do Exército”, completa.
A Aviação de Transporte da Força Aérea Brasileira (FAB) opera, a partir de nove cidades, as aeronaves C-130 Hércules, C-105 Amazonas, C-99 (Embraer 145), C-97 Brasília, C-98 Caravan, C-95 Bandeirante e U-35 Learjet. E aguarda a chegada do maior avião já produzido no Brasil, o KC-390, e do Boeing KC-767, que foi tema de palestra durante a reunião.
O KC-767 é capaz de levar 240 passageiros, 81 macas de evacuação aeromédica ou dez UTIs aéreas completas. Segundo o Comandante da unidade responsável por coordenar a aviação de transporte, a Quinta Força Aérea (V FAE), Brigadeiro do Ar Robson Roger Garcia Tavares de Melo, a aeronave é muito aguardada. “Ele será um avião estratégico”, afirma.
A modernização dos equipamentos também entrou em pauta na programação da RAT. Foi apresentada uma palestra sobre o Lançamento Sherpa, sistema de entrega de carga inteligente, no qual uma espécie de motorzinho, aparelho desenvolvido em parceria com o Exército Brasileiro, é acoplado ao paraquedas da carga e guia o fardo até o local exato da aterrissagem. O novo aparelho permite o lançamento de carga em grandes altitudes e significa um ganho operacional, pois as aeronaves vão poder “fugir” da artilharia antiaérea.
De acordo com o Chefe do Centro de Operações de Transporte Aéreo da V FAE, Capitão Aviador João Carlos de Melo Nascimento, o sistema já foi utilizado pela Força Aérea Brasileira e aguarda a atualização da doutrina para ser executado por todas as aeronaves que realizam esse tipo de lançamento na FAB.
A RAT trouxe ainda uma discussão sobre os exercícios operacionais conjuntos. Um dos palestrantes, o Coronel Aviador Mauro Cezar de Azevedo Pereira foi observador do Real Thaw 2015, exercício da Força Aérea Portuguesa, que contou com 40 aeronaves e 3000 militares. Segundo ele, participar desse tipo de operação é importante para a FAB. "O conhecimento que nós trazemos de lá possibilita a atualização da nossa doutrina", finaliza.