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EMBRAER ou AMECOAER (AMEmerican COmpany AERonautics)?

Nota DefesaNet

A Assessoria de Imprensa da EMBRAER enviou a nota publicada em box abaixo na matéria.

O editor

Júlio Ottoboni
Especial para DefesaNet


A internacionalização e que pode ser interpretada como a  americanização da Empresa Brasileira de Aeronáutica (EMBRAER), traçada por seu ex-presidente Maurício Botelho logo após a privatização ter iniciado, começou agora, 20 anos depois do pregão, a sacudir o polo (Cluster) aeronáutico de São José dos Campos (SP).

Os anúncios da EMBRAER na Feira de Le Bourget, na França, em junho passado, sobre novos investimentos na Flórida, EUA, inclusive superando percentualmente o aplicado no complexo industrial no Brasil acabaram por acender um novo estopim entre o Sindicato dos Metalúrgicos local e a direção da companhia.

Desde os preparativos para a maior  demissão de sua história, ocorrida em fevereiro de 2009, e negada até suas vésperas pelo atual presidente da EMBRAER, Frederico Curado,- mesmo depois de ser descoberta pelo jornal econômico Gazeta Mercantil em dezembro de 2008 – os sindicalistas passaram a investigar o controle acionário da ex-estatal.

Mais de 75% das ações chegaram a pertencer a grupos e fundos de pensão estrangeiros, o que transferiria definitivamente o controle da Embraer, mesmo com a Golden Share, mantida pelo Governo Brasileiro. A direção da ex-estatal foi ouvida no Congresso Nacional e negou a transferência do poder decisório para grupos estrangeiros, alegando que sua diretoria era brasileira.

O deputado federal do PSOL, Ivan Valente, teve uma dura discussão com o então vice presidente de relações institucionais da EMBRAER, Horário Forjaz, e prometeu investigar a relação de forças na empresa. Porém ficou na promessa feita em plenário e nunca foi cumprida, apesar de ter sido cobrada pelo sindicato e a direção do PSTU.

O sindicato dos metalúrgicos procurará a direção da EMBRAER na próxima semana para que sejam esclarecidas as informações divulgadas nesta sexta-feira (07) pela agência de notícias Reuters sobre a migração da produção dos jatos executivos Legacy 450/500 para os Estados Unidos.

Em São José dos Campos é dado como certo, desde o final do ano passado, que todos os aviões executivos serão produzidos na unidade de Melbourne, EUA, e a transferência do setor administrativo para São Paulo afetará mais de 1,5 mil funcionários e não 170 empregados como a empresa afirma que ocorrerá.

Segundo o sindicato, “a informação contraria o que foi dito pelo diretor de Relações Trabalhistas e Sindicais da Embraer, Eugênio Calil, em reunião realizada com o vice-presidente do Sindicato, Herbert Claros da Silva, na última terça-feira, dia 4”. Na ocasião, o dirigente sindical questionou à empresa se eram verídicos os rumores sobre a transferência da produção do Legacy para a fábrica da Embraer na Flórida. Calil teria negada a informação, numa tática muito semelhante à usada na história das demissões de 2009.

Segundo a agência Reuters, a afirmação partiu do presidente de aviação executiva da EMBRAER, Marco Túlio Pellegrini, e a primeira entrega do jato está prevista para o fim de 2016.

Atualmente, a produção do Legacy fica na matriz da Embraer, em São José dos Campos, e envolve diretamente cerca de 800 trabalhadores, sem contar os funcionários da cadeia de fornecedores.  Boa parte dos empregados do setor da aviação executiva vinha sendo demitida aos poucos.  Para a entidade de classe, se for confirmada a transferência, isso colocará em risco o emprego dessas pessoas.

Para o Sindicato dos Metalúrgicos, essa mudança não se justifica.  “Vivemos um momento em que milhares de trabalhadores brasileiros estão perdendo seus empregos. Além disso, parte da produção do Legacy é financiada pelo governo federal, por meio do BNDES. Essa transferência é mais uma etapa da política de desnacionalização das aeronaves adotada pela Embraer. Vamos pressionar o governo para que sejam tomadas medidas concretas que impeçam essa mudança”, afirma Herbert Claros.

Este ano, a EMBRAER já anunciou a transferência da linha de produção dos jatos Phenom para os Estados Unidos, a ser concluída em 2016. E também a aquisição de uma fábrica em solo norte americano. Uma parte de seus fornecedores já se credenciou no programa de atração de empresas estrangeiras para se transferir para os Estados Unidos, com aval dos governos de ambos os países.

O Legacy 500

O Legacy 500 é o primeiro jato midsize totalmente equipado com sistema de comandos de voo digital, baseado na tecnologia fly-by-wire, com manche lateral de controle (sidestick) e a suíte de aviônicos Rockwell Collins Pro Line Fusion em quatro telas planas LCD de alta resolução, de 15 polegadas, completamente digital, com planejamento gráfico de voo, além de opções como autobrakes, e o E2VS (Embraer Enhanced Vision System), o qual combina o Head Up Display (HUD) e o Enhanced Vision System (EVS).



O Legacy 500 é capaz de voar a 45.000 pés (13.716 m) de altitude e é equipado com dois motores Honeywell HTF7500E, os mais ecológicos de sua classe.

 

Nota EMBRAER

08 Agosto 2015

"Atualmente a Embraer tem uma linha de montagem dos jatos executivos Legacy 450 e Legacy 500 instalada em São José dos Campos.

Como anunciado pela em outubro de 2013, a Unidade de Melbourne, na Flórida, EUA, está sendo ampliada para abrigar uma segunda linha dedicada à montagem final dos Legacy 450/500. A expansão está prevista para ser concluída em meados de 2016, com a primeira entrega prevista para o final daquele ano. 
 
As estruturas das aeronaves Legacy 450/500, por sua vez, são fabricadas nas Unidades da Embraer em Botucatu (SP) e Évora, em Portugal, e atenderão às duas linhas de montagem. A fuselagem traseira desses modelos é fabricada pela empresa Sobraer, em Jacareí(SP), e também atenderá às duas linhas. 
 
O futuro balanceamento do volume de produção entre as duas linhas dependerá das condições de mercado."

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