Editorial DefesaNet – Inteligência Ideologizada e Concurseira?

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Inteligência Ideologizada e Concurseira?

Poucos países no mundo selecionam os seus agentes de inteligência através de concurso público. O Brasil é um deles.

A INTELIGÊNCIA BRASILEIRA PASSOU POR GRANDES TRANSFORMAÇÕES AO LONGO DAS ÚLTIMAS DÉCADAS.

Na década de 90, o sistema foi quase totalmente destruído. E o retorno foi baseado em uma concepção limitada de “Open Sources”.

No Século XXI o mundo passou por vários acontecimentos nos quais ficou visível a importância da inteligência para as sociedades nacionais.  Hoje em dia se sabe que onde os principais eventos terroristas ocorreram, um dos principais responsáveis foi a não integração local e não-local entre os vários órgãos de inteligência existentes, não importando aí a capacitação e o nível tecnológico de cada um deles.

O Brasil conseguiu, através de um longo trabalho de convencimento e de demonstração dos perigos aos quais o país também estava sujeito, avançar na reconstrução de seus órgãos e o seu sistema de Inteligência. O sistema possui órgãos de controle interno e externo, com capacidade, se utilizados, de garantir a transparência necessária e a eficiência exigida desse tipo de trabalho, principalmente nos dias que vivemos, num mundo cada vez mais conturbado.

A exigência de concurso público aparentemente satisfaz a um discurso de que esse tipo de seleção por si só garante o que o País deve exigir dos seus órgãos de inteligência.

Atualmente, o Brasil prepara-se para selecionar novos agentes e analistas de inteligência, com um concurso nacional previsto para o dia 11 de março, para 300 vagas (Oficial de inteligência, Oficial Técnico de Inteligência e Agente de Inteligência). Mantido em mistério onde nem o número de concorrentes a uma das   vagas é mantido em segredo. Uma avaliação pode ser dada pelos mais de 8.000 candidatos, que declararam-se negros, para aproveitarem as cotas e 5.800 que pediram isenção de taxa de inscrição. Extraoficialmente o número total de candidatos deve ultrapassar 70.000.

Os vários cursinhos preparatórios e a própria banca selecionada têm se comportado como se estivessem selecionando pessoas para trabalhar no serviço exterior brasileiro.  Inclusive os editais para o concurso são quase iguais aos do Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD), que seleciona os futuros diplomatas brasileiros. O concurso da ABIN é organizado pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Promoção de Eventos (CEBRASPE).

Ouvem-se várias pérolas ideológicas nesses cursinhos, que chegam ao absurdo de propor que os candidatos escrevam o que eles acham que é apropriado para um funcionário do Estado brasileiro pensar.  E que depois, lá dentro, falem a verdade sobre o que eles realmente acham da ABIN.

O Estado brasileiro precisa de servidores de Estado e pessoas que sintam-se atraídos pela atividade para a qual concorrem. Abaixo um convite da CIA para que os candidatos simtam-se atraídos pela missão de inteligência:

“Don’t just watch the news – discover the truth 24/7”.

Esperemos ansiosos pelas provas neste Domingo (11MAR2018) !!!

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