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Retirada do Afeganistão traz ecos da URSS

Um jovem presidente assume o governo com a promessa de mudança e decide pôr fim a uma guerra impopular e dispendiosa. Ele busca uma saída honrosa, promete apoio financeiro a longo prazo para seus aliados em Cabul e defende uma reconciliação com a insurgência.

Mas alguns assessores insistem numa retirada mais lenta e propõem que milhares de soldados permaneçam no país para treinar e dar apoio às forças afegãs. Essa é uma descrição quase exata do quebra-cabeça enfrentado pelo presidente Barack Obama quando se prepara para uma visita crucial do líder afegão, Hamid Karzai, na próxima semana.

Mas o relato está nos arquivos secretos soviéticos que descrevem a disputa, a portas fechadas, de Mikhail Gorbachev com o politburo e os comandantes das Forças Armadas para por fim à intervenção soviética no Afeganistão. O envolvimento de Moscou começou com o ataque de um comando, um golpe e alvos modestos no Natal de 1979, mas depois de uma década transformou-se no que Gorbachev chamou de “ferida em sangue”. Conflito.

A retirada de 1989 é lembrada pela humilhação da URSS e os consequentes confrontos entre facções em todo Afeganistão, lançando o país numa guerra civil selvagem, que acabou colocando o Taleban no controle e criando um refúgio seguro para a Al-Qaeda.

Mas estudiosos que analisaram os arquivos soviéticos destacam outras lições para o governo Obama, que coordena a saída das forças de combate até o fim de 2014. “O que os soviéticos fizeram corretamente foi continuar a assistência militar em larga escala ao regime deixado no país após sua retirada final”, disse Mark N. Katz, professor da George Mason University. “Enquanto o regime afegão recebeu dinheiro e armas foi bem-sucedido e se manteve no poder por três anos”, disse.

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