Novo imperador do Japão expressa profundo remorso por Segunda Guerra Mundial

O novo imperador do Japão, Naruhito, expressou profundo remorso sobre os tempos de guerra do país e orou pela paz global nesta quinta-feira, ecoando as palavras de seu pai em uma cerimônia anual que marca a rendição de Tóquio na Segunda Guerra Mundial.

Quando herdou o trono em maio, Naruhito, de 59 anos, se tornou o primeiro monarca do Japão a nascer após a guerra. Seu pai, Akihito, foi o primeiro imperador japonês a abdicar ao longo de dois séculos.

“Olhando para o longo período de paz pós-guerra, refletindo sobre nosso passado e tendo em mente sentimentos de profundo remorso, eu espero verdadeiramente que a devastação da guerra nunca se repita”, disse.

“Junto com todo nosso povo, eu presto meu sincero tributo a todos que perderam suas vidas na guerra… e rezo pela paz mundial e o futuro desenvolvimento do nosso país”, acrescentou Naruhito, ecoando a mensagem de seu pai em 2018.

Naruhito é o neto do imperador Hirohito, em cujo nome as tropas japonesas lutaram na Segunda Guerra Mundial.

Coreia do Sul pede diálogo com Japão em mensagem sobre Segunda Guerra Mundial

No aniversário da rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial, o presidente da Coreia do Sul fez um apelo ao país vizinho nesta quinta-feira para contemplar seu passado dos tempos de guerra e se ofereceu para se engajar em conversas para reparar a relação abalada entre as duas nações, enquanto o Japão prometeu jamais repetir os horrores da guerra.

Os laços entre Seul e Tóquio estão em seu pior momento desde que os dois países normalizaram as relações em 1965, tensionadas pela questão do trabalho forçado sul-coreano durante a Segunda Guerra Mundial e uma disputa comercial acirrada.

Em um discurso de comemoração da independência coreana do controle japonês, o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, amenizou a retórica severa que usou recentemente contra o Japão.

“Esperamos que o Japão desempenhe um papel conjunto de destaque facilitando a paz e a prosperidade no leste da Ásia, enquanto contempla um passado que trouxe infortúnio aos seus países vizinhos”, disse Moon em um discurso televisionado à nação.

“Antes tarde do que nunca: se o Japão escolher o caminho do diálogo e da cooperação, nos daremos as mãos com prazer.”

Também nesta quinta-feira, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, enviou uma oferenda monetária ritual a Yasukuni, o polêmico santuário para mortos da guerra localizado em Tóquio. Ele não o visitou em pessoa, um gesto que teria provocado uma reação acalorada de Seul.

O Ministério das Relações Exteriores sul-coreano expressou “preocupação profunda” por Abe ter enviado a oferenda a um santuário que “embeleza a pilhagem colonial e a guerra agressiva do Japão”.

Lembranças amargas da colonização japonesa da Coreia entre 1910 e 1945 vêm transtornando os laços bilaterais há tempos.

Falando em uma cerimônia em homenagem aos mortos da guerra, Abe disse que o país esculpiu “as lições da história bem fundo em nossos corações” e prometeu nunca repetir a devastação da guerra.

“Para criar uma nova era pacífica e cheia de esperança, não pouparemos esforços ao trabalhar com a comunidade internacional”, disse Abe.

Os laços bilaterais se deterioraram desde que a Suprema Corte sul-coreana ordenou no ano passado que empresas japonesas indenizem algumas vítimas de trabalho forçado da guerra. Tóquio diz que a questão foi resolvida por um tratado de 1965 que normalizou os laços com a Coreia do Sul.

O mal-estar se aprofundou quando o Japão cancelou neste mês o status comercial da Coreia do Sul, que agilizava as operações comerciais, levando Seul a fazer o mesmo em relação a Tóquio.

 

 

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