Aos dez minutos deste sábado, 17 (horário brasileiro de verão), e meia-noite e dez minutos de sexta-feira, 16, a Itaipu Binacional atingiu 98.800.319 milhões de megawatts-hora (MWh) e desbancou a usina de Três Gargantas, na China. A marca foi alcançada 13 horas depois que a Itaipu superou seu recorde de 98,6 milhões de MWh, registrado em 2013.
O recorde mundial em geração anual de energia se soma ao título que Itaipu já detinha: o de maior produção acumulada. Desde a entrada em operação de sua primeira unidade geradora, em maio de 1984, há 32 anos e sete meses, Itaipu já produziu mais de 2,4 bilhões de MWh, energia suficiente para atender a demanda do mundo inteiro por 40 dias.
A 14 dias para fechar 2016 e operando a plena carga, Itaipu deve atingir na quarta-feira, 21, a meta inédita de 100 milhões de MWh estipulada no recorde de 2013. A produção total de 2016 deve ficar acima de 102,5 milhões de MWh, algo jamais imaginado até mesmo pelos que projetaram a usina.
Para o diretor-geral brasileiro, Jorge Samek, "a capacidade dos técnicos da usina e a boa gestão dos recursos mais uma vez provaram que temos mesmo vocação para os recordes". Para ele, a partir de agora, "vai ser muito difícil superar Itaipu. Não basta ter a maior estrutura para ser a melhor do mundo. Nós conseguimos isso com muito esforço e comprometimento, atendendo aos interesses do Brasil e Paraguai, e, claro, com a ajuda das boas condições hídricas do Rio Paraná”.
Para o diretor-geral paraguaio, James Spalding, Itaipu é extremamente importante para o Brasil, mas cada vez mais torna-se vital também para o Paraguai, que cada vez mais rapidamente irá utilizar a metade da energia a que tem direito.
O diretor técnico executivo, Airton Dipp, diz que os dois títulos de maior do mundo (geração anual e acumulada) representam não apenas um status para Itaipu, mas significam que a usina traz ainda mais benefícios ao Brasil e ao Paraguai. A produção maior deste ano, destaca, fez com que aumentasse a participação de Itaipu nos mercados do setor elétrico brasileiro e paraguaio. “Hoje, Itaipu responde por 18% do consumo nacional, quatro pontos percentuais a mais do que o registrado no ano passado, e por 82% da demanda do Paraguai, ante 76% em 2015”.
O aumento da produção também se reflete em mais royalties (indenização pela exploração do uso da água para a geração de energia elétrica), pagos ao Brasil e ao Paraguai. Como o cálculo é feito com base na variação do dólar – e como a moeda americana se valorizou frente ao real -, o repasse de royalties a partir da produção deste ano será 15% maior. Desde o início do pagamento, em 1985, a soma dos royalties pagos pela Itaipu para os dois países passa de US$ 10 bilhões.
Para o diretor técnico, o paraguaio José Sánchez Tilleria, 2016 representa um ano sem precedentes para a história de Itaipu. "É um marco para a operação da usina", afirma.
Itaipu versus Três Gargantas
Este ano, Três Gargantas, que fechou novembro com a geração em torno de 83 milhões de MWh, prevê uma produção total de 90 milhões de MWh. Confirmadas as projeções de Itaipu, a vantagem final colocada frente à cinesa será de mais de 10 milhões de MWh, o equivalente a mais de um mês de geração.
Com 22 mil megawatts (MW) de potência instalada, ante 14 mil MW da usina de Itaipu – ou seja, 60% a mais -, a usina chinesa de Três Gargantas começou a operar em plena carga em 2012. No entanto, embora com capacidade instalada de equipamentos muito superior, Três Gargantas só conseguiu produzir mais do que Itaipu em 2014, quando o Basil enfrentava uma grande seca e a geração hidríca foi prejudicada.
Nota DefesaNet
Interessante nota. Obra dos governos militares agora administrada por membros do PT, ainda não removidos pela administração Temer.
E certamente o fato será escondido pela imprensa. É a novilingua de Orwel em ação.
O editor