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Eleição 2014 – Exclusivo – Sustentabilidade na retaguarda, a ideia de Eduardo


 

Roberto Lopes

Jornalista especializado em assuntos militares. Graduou-se em Gestão e Planejamento de Defesa pelo Colégio de Estudos de Defesa Hemisférica da Universidade de Defesa Nacional dos Estados Unidos, em Washington (Fort Leslie F. McNair, turma de 2000). É também pesquisador associado ao Laboratório de Estudos da Etnicidade, Racismo e Discriminação da Universidade de São Paulo. Autor de vários livros, em maio de 2001 publicou a monografia “Oportunidade para Civis na Condução dos Assuntos da Defesa Nacional: o Caso do Brasil”.

Em meio aos debates programáticos que a coligação PSB/Rede suscita, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos – pré-candidato da aliança à Presidência da República –, tem recebido relatórios sobre o cotidiano das Forças Armadas que o inquietam.

Ele entende que a seleção de planos militares que caberá ao Executivo apoiar, a partir de 2015, é assunto bem encaminhado pelos profissionais da área de Defesa. O que chama sua atenção é a dívida crescente do Estado brasileiro com os servidores incumbidos de protege-lo – e com as famílias deles.

A tese de Campos é, em si, bastante simples: não há como exigir dedicação e foco dos homens e mulheres que arriscam a vida nas missões de vigilância pelo país e no exterior (muitas delas bastante sacrificadas e arriscadas), se as suas famílias não têm um teto sobre a cabeça ou amparo médico de qualidade.

A preocupação do governador com o elemento humano não é exatamente uma novidade. Ela se reflete, por exemplo, em sua decisão de, em seu estado, chamar a atividade de Segurança Pública de “Defesa Social” – e de montar um plano de redução da criminalidade batizado de “Pacto pela Vida”.

Campos tem em mãos, agora, um diagnóstico acerca do represamento de direitos dos militares na Era Petista.

A dívida de R$ 5,9 bilhões acumulada pelo Executivo desde 1993 (administração Itamar Franco) com as patentes de soldado a capitão – que buscaram seus direitos na Justiça – tem súmula (concordante) da Advocacia Geral da União desde dezembro de 2011, e, apesar disso, sua quitação – prevista para durar sete anos – dormita numa gaveta do Ministério do Planejamento.

Outra bomba de retardo: a intranqüilidade com moradia. Para um efetivo de aproximadamente 350 mil militares da ativa, as três Forças possuem apenas umas 25 mil residências funcionais. O pior é que o plano do auxílio-moradia está pronto no Ministério da Defesa, mas como implica em desembolso de recursos também foi congelado.

A situação do atendimento médico à Família Militar inspira cuidados. Obrigadas a fazer cortes de despesas, as três Forças vem administrando com prudência a modernização dos seus serviços de Saúde, e buscando soluções alternativas (com a iniciativa privada) que nem sempre dão certo. Uma tentativa da guarnição da Aeronáutica em Natal de melhorar o atendimento por meio de um convênio com um hospital potiguar deu resultados tão ruins, que aos pacientes não restou outra alternativa senão fazer abaixo assinado na internet de forma a chamar a atenção das autoridades para a precariedade da situação.

Caso vença o pleito de 2014, a aliança PSB/Rede pensa em garantir sustentabilidade à retaguarda. Ideia de Eduardo.

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