Grã-Bretanha diz que Estado Islâmico planeja ataques cibernéticos mortais

Militantes do Estado Islâmico estão tentando desenvolver a capacidade de lançar ataques cibernéticos contra a infraestrutura da Grã-Bretanha que resultem em mortes, disse nesta terça-feira o ministro das Finanças do país, George Osborne, ao anunciar a duplicação de gastos em segurança cibernética.

Osborne, aliado próximo do primeiro-ministro David Cameron, disse que os ataques de sexta-feira em Paris, que mataram pelo menos 129 pessoas e foram reivindicados pelo Estado Islâmico (EI), evidenciaram a necessidade de se melhorar a proteção da Grã-Bretanha contra o ataque eletrônico.

"O EI já está usando a Internet para fins de propaganda hediondos; para a radicalização, para o planejamento operacional também", disse ele em trechos de um discurso que fará na GCHQ, a agência de espionagem da Grã-Bretanha.

"Eles ainda não foram capazes de usá-la para matar pessoas agindo contra nossa infraestrutura em ataques cibernéticos", disse ele. "Mas nós sabemos que querem e estão fazendo o melhor que podem para isso."

Osborne disse que o gasto público em segurança cibernética vai mais do que duplicar, passando a 1,9 bilhão de libras no período até 2020, mesmo num momento em que ele se prepara para anunciar novos cortes de gastos na próxima semana, em uma tentativa de levar a Grã-Bretanha a ter superávit primário até o final da década.

"É certo que nós optemos por investir em nossas defesas cibernéticas, mesmo num momento em que temos de fazer cortes em outros orçamentos", disse ele. "A Internet representa um eixo crítico de potencial vulnerabilidade."

Estado Islâmico conduz "guerra não convencional" e pode atacar no Ocidente, diz Obama

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta segunda-feira que os EUA não subestimam a capacidade do Estado Islâmico e têm tido uma "consciência aguda" da habilidade do grupo de atacar militarmente o Ocidente.

Como o Estado Islâmico não conduz uma "guerra convencional", é difícil pará-lo, disse Obama, acrescentando que os EUA estariam caindo na narrativa do grupo militante se agisse como se o grupo fosse um Estado.

"Não é o que está acontecendo aqui. Eles são assassinos", disse.

"Não é a sofisticação deles ou o arsenal particular que possuem, mas é a ideologia que carregam e a vontade de morrer", acrescentou.

Itália diz que Estado Islâmico poderia usar drones contra Roma em Ano Santo

O Estado Islâmico poderia atacar Roma com drones durante o Ano Santo da Igreja Católica que começa no mês que vem, e o espaço aéreo da capital será fechado para drones durante o evento, disse o ministro do Interior da Itália, Angelino Alfano, nesta segunda-feira.

Países de toda a Europa estão reforçando as suas medidas de segurança depois dos ataques a bomba e com armas de fogo na sexta-feira em Paris que mataram pelo menos 129 pessoas, na pior atrocidade da história francesa desde a Segunda Guerra Mundial. O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade.

Ao falar à Câmara dos Deputados, Alfano declarou que drones serão banidos do espaço aéreo sobre o centro de Roma durante todo o Ano Santo, que começa em 8 de dezembro e deve atrair milhões de turistas à capital italiana.

Depois de repetidas ameaças atribuídas ao Estado Islâmico nas redes sociais contra Roma e o Vaticano, a segurança será aumentada em locais considerados alvos em potencial, particularmente a Praça São Pedro, afirmou Alfano.

"Atenção particular está sendo dada ao risco de um ataque vindo do ar, usando drones", disse ele.

Mais cedo nesta segunda-feira, a autoridade de aviação civil italiana, que já havia anunciado um aumento na segurança depois dos ataques de Paris, declarou ter ordenado que os dirigentes de aeroportos reforcem ainda mais as precauções.

A agência aconselhou passageiros a chegar cedo aos aeroportos por conta das esperas mais longas devido a revistas mais estritas.

A polícia francesa acredita que pelo menos um dos agressores de sexta-feira está em fuga.

A França declarou estado de emergência depois do massacre, e o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, disse que medidas de segurança estavam sendo intensificadas, inclusive o controle mais rígido nas fronteiras.

No entanto, um sindicato de policiais italiano afirmou num comunicado irritado que no fim do domingo nenhuma patrulha havia sido enviada para a fronteira italiana com a França, na Ligúria.

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