Envenenamento de ex-espião mostra o quão imprudente a Rússia é, diz chefe espionagem britânica

O envenenamento de um ex-espião russo com um agente nervoso no Reino Unido no mês passado mostra “o quão imprudente a Rússia está preparada a ser”, disse o chefe da agência de espionagem britânica GCHQ nesta quinta-feira, em ataque contundente contra o Kremlin.

Em seu primeiro discurso público desde que assumiu a agência de inteligência de espionagem do Reino Unido, Jeremy Fleming, disse que o envenenamento de Sergei Skripal e de sua filha em Salisbury, no sul da Inglaterra, demonstrou o comportamento “inaceitável” da Rússia.

O Reino Unido tem responsabilizado a Rússia pelo ataque enquanto Moscou nega qualquer envolvimento. O incidente levou a uma das maiores crises diplomáticas entre a Rússia e países ocidentais desde a Guerra Fria.

“Vocês já ouviram, e eu vou repetir, o ataque contra Sergei e Yulia Skripal em Salisbury, foi a primeira vez em que um agente nervoso foi utilizado na Europa desde a Segunda Guerra Mundial”, disse Fleming durante conferência em Manchester.

“Isso é sério. Demonstra o quão imprudente a Rússia está preparada a ser, quão pouco o Kremlin se importa com a ordem internacional baseada em regras.”

Agência de armas químicas confirma descobertas de Reino Unido sobre envenenamento de ex-espião

Exames realizados por quatro laboratórios afiliados ao órgão de monitoramento global de armas químicas confirmaram as descobertas do Reino Unido sobre o agente nervoso usado no ataque do mês passado contra um ex-espião russo na Inglaterra, apontou resumo das conclusões publicado nesta quinta-feira.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse no dia 12 de março que Sergei Skripal e sua filha Yulia haviam sido envenenados com um agente nervoso de tipo militar do grupo de venenos Novichok, desenvolvido pela União Soviética nas décadas de 1970 e 1980.

Moscou é provável autora de ataque cibernético a governo alemão, diz chefe de inteligência

O diretor de inteligência doméstica da Alemanha disse nesta quarta-feira que existe uma “probabilidade alta” de o governo da Rússia estar por trás de um ataque cibernético a redes de computadores alemãs, mas admitiu que é difícil ter 100 por cento de certeza.

Hans-Georg Maassen disse aos repórteres que as autoridades alemãs monitoraram cuidadosamente a invasão depois que ela foi descoberta, em dezembro, e que ela não causou nenhum dano.

Ele afirmou não haver provas que liguem o ataque ao APT28, grupo de hackers russos ao qual se atribuiu um ataque de maio de 2015 à câmara baixa do Parlamento alemão e ao Comitê Nacional Democrata dos Estados Unidos antes da eleição de 2016.

Mas Maassen disse que o ataque foi considerado uma “ameaça avançada persistente”, frase usada por especialistas para descrever um ataque cibernético tão sofisticado e complexo que só pode ser realizado por uma entidade governamental.

“Nós o percebemos como um ataque cibernético de origem russa”, explicou Maassen. “Uma atribuição de 100 por cento… de que o perpetrador está em Moscou e que é uma agência do governo não é possível, mas podemos falar de uma probabilidade alta”.

Segundo ele, uma assim chamada operação “bandeira falsa”, que busca ludibriar as autoridades intencionalmente sobre qual país é o culpado, não pode ser completamente excluída, mas acrescentou: “Supomos que teve origem russa”.

A Procuradoria-Geral da Alemanha também está investigando o incidente como um caso possível de espionagem. Fontes a par do incidente disseram que ele foi detectado a princípio em dezembro, mas que pode ter começado até um ano antes.

Moscou rejeitou a insinuação de que hackers russos estejam por trás da ação.

 

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