EUA iniciam redução de presença na Rússia após Kremlin retaliar sanções

Os Estados Unidos começaram a retirar móveis e equipamentos de uma propriedade diplomática em Moscou nesta terça-feira, no primeiro sinal de cumprimento de uma ordem do Kremlin para que Washington diminua sua presença na Rússia como retaliação a novas sanções dos EUA contra Moscou.

O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou que os EUA reduzam em cerca de 60 por cento seu pessoal diplomático na Rússia até 1º de setembro, e disse que Moscou irá apreender duas propriedades diplomáticas em reação às sanções aprovadas pelo Congresso norte-americano na semana passada.

A Casa Branca disse que o presidente Donald Trump irá assinar o projeto de lei das sanções, concebidas como uma resposta à suposta interferência russa na eleição presidencial norte-americana de 2016 e como uma punição adicional a Moscou por ter anexado a Crimeia, que pertencia à Ucrânia, em 2014.

Nesta terça-feira, uma equipe de mudança começou a desmontar equipamentos de entretenimento e churrasco de uma dacha (casa de campo) de propriedade dos EUA nos arredores de Moscou depois de ser impedida de ter acesso ao local no dia anterior, de acordo com um jornalista da Reuters presente.

A dacha, que está sendo confiscada juntamente com um armazém dos EUA no sul da capital russa, era usada por diplomatas norte-americanos nos finais de semana e para dar festas para estudantes, jornalistas e outros diplomatas.

A equipe de mudança disse ter chegado perto das 7h locais e foi vista colocando móveis, inclusive camas e luminárias, em três caminhonetes brancas de mudança e deixando a propriedade três horas depois.

O vice-ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Ryabkov, disse que os funcionários norte-americanos tinham que entregar a dacha e o armazém até o meio-dia desta terça-feira, relatou a agência de notícias Tass. Segundo Ryabkov e o Kremlin, ninguém impediu que os funcionários norte-americanos tivessem acesso à propriedade.

Putin afirmou no domingo que a Rússia ordenou que os EUA cortem 755 de seus 1.200 funcionários diplomáticos em suas operações na embaixada em Moscou e em consulados, embora muitos destes sejam cidadãos russos e permitindo que os EUA escolham quem cortar.

O ultimato dado pelo líder russo é uma demonstração aos eleitores de seu país de que ele está preparado para enfrentar Washington, mas também é calibrado cuidadosamente para evitar afetar diretamente os investimentos norte-americanos de que precisa ou arruinar sua relação com Trump.

Alemanha pede que EUA conversem com UE sobre sanções contra Rússia

A ministra da Economia da Alemanha, Brigitte Zypries, pediu aos Estados Unidos nesta terça-feira que conversem com os europeus sobre os efeitos das sanções mais rígidas que pretendem adotar contra a Rússia, dizendo que empresas europeias não devem ser punidas.

A Casa Branca disse que o presidente Donald Trump irá assinar o projeto de lei das sanções, concebidas como uma resposta à suposta interferência russa na eleição presidencial norte-americana de 2016 e como uma punição adicional a Moscou por ter anexado a Crimeia da Ucrânia em 2014.

A União Europeia teme que as novas restrições dos EUA prejudiquem algumas de suas companhias, especialmente as envolvidas no setor energético.

"A ameaça dos Estados Unidos de também punir empresas europeias através das chamadas sanções extraterritoriais não é aceitável", disse a ministra. "Seria muito desejável que o governo dos EUA se sentasse conosco na mesa de negociação e acertasse uma solução aceitável para todas as partes", afirmou.

Ela também disse que a medida unilateral intensificou uma rixa diplomática, já que Moscou ordenou que os EUA retirem cerca de 60 por cento de seu pessoal diplomático da Rússia.

O governo e líderes empresariais da Alemanha dizem que as novas sanções poderiam impedir a participação de empresas alemãs em projetos de oleodutos que afirmam serem essenciais para a segurança energética do país.

Compartilhar:

Leia também

Inscreva-se na nossa newsletter