O vice-diretor do Serviço Federal de Cooperação Militar, Viatcheslav Dzirkaln, considerou muito boas as perspectivas de entrada para o mercado chinês do caça polivalente russo Su-35. Segundo acrescentou, o uso desse avião moderno poderá vir a lançar uma excelente base para o início da colaboração frutífera entre os dois países no domínio técnico-militar.
Ao abrigo do contrato russo-chines vigente, a Rússia se compromete a fornecer à China um lote de 24 caças Su-35C. O respectivo acordo resultou das conversações bilaterais difíceis que duraram vários anos. Inicialmente, estava prevista a venda de uma parcela de 48 engenhos voadores do gênero, enquanto que a China insistia em que lhe fossem vendidos apenas alguns aviões-modelo.
Claro que Pequim manifestou interesse, sobretudo, por motores 117C sem perder de vista algumas modificações introduzidas em relação aos conhecidos caças Su-27. O exame do propulsor permitiria que a China tomasse uma decisão definitiva quanto à sua aquisição para seus aviões militares da 5ª geração. Algumas inovações teriam sido aplicadas em mais recentes modificações de aviões J-11B.
Como é evidente, a Rússia se mostrou interessada na venda de um lote considerável. As conversações culminaram com uma solução consensual: uma parcela de 24 aviões faz parte importante para a realização do programa de produção dos Su-35C. O Ministério russo da Defesa fez uma encomenda para a compra centralizada de 48 engenhos deste tipo. Assim sendo, um contrato com a China alargará o portfólio de encomendas em 150%.
Ao mesmo tempo, vários peritos russos não encaram bons olhos eventual exportação de 24 caças, receando que a China, pagando uma importância relativamente pequena por este lote, tenha acesso aos aviões modernos procedendo à produção de engenhos análogos como era no caso de Su-27CK.
É óbvio que a produção de cópias implicaria uma série de dificuldades maiores em relação aos Su-27CK e Su-33 de estacionamento naval. Na etapa de desintegração da URSS, o Su-27 era um dos principais caças em serviço das FA soviéticas. Muitos regimentos aéreos ficaram no antigo espaço soviético. Por ali ficaram ainda oficinas de manutenção técnica com a respectiva documentação e especialistas. A Ucrânia teve acesso aos numerosos materiais e a um modelo do Su-33 que, em 2005, teria sido comprado pela China.
Na Rússia, os caças Su-27 foram postos em serviço de várias unidades da Força Aérea que, na década de 90 do século passado, nem sempre estava em condições de fazer a manutenção técnica. A maior parte de documentos necessários foi adquirida pela China nos marcos de um contrato de licenciamento para a sua produção em Shenyang.
Isto significa que, na altura em que a Rússia procurava fechar o acesso da China para as tecnologias de produção de alguns agregados do Su-27, não era difícil encontrar nos países da CEI tanto materiais, como especialistas e modelos para a realização de novas provas com estes equipamentos.
A exploração do Su-35, sem análogos no antigo espaço soviético, estará sob a supervisão especial. Apesar da semelhança visível com o Su-27, os sistemas fundamentais do Su-35 e seus componentes são diferentes. Por isso, as tentativas de copiá-lo poderão levar muitos anos, sendo essa uma perspectiva inaceitável para a China.
Todavia, a experiência do uso deste avião sofisticado poderá marcar o início da colaboração frutífera. O primeiro lote de Su-27CK/UBK, vendido à China em 1992, também era composto de 26 engenhos voadores que, contudo, passaram a assinalar uma nova época da cooperação militar russo-chinesa.