China criará sistema para garantir sua segurança tecnológica

A China estabelecerá um novo sistema para fortalecer sua "segurança nacional" em tecnologia – anunciou um veículo da imprensa estatal neste sábado (8), em um momento de forte tensão com os Estados Unidos em relação ao gigante das telecomunicações Huawei.

A poderosa Agência de Planejamento Econômico (NDRC) foi encarregada de estabelecer um sistema "destinado a prevenir e a resolver de forma mais eficaz os riscos em termos de segurança nacional".

A agência de notícias não dá detalhes e não especifica explicitamente se a medida está relacionada com a atual guerra comercial entre China e Estados Unidos, mas promete "medidas detalhadas no futuro próximo".

"De acordo com o que eu sei, a China instala um mecanismo de controle para proteger suas principais tecnologias", tuitou Hu Xijin, influente editor-chefe do jornal chinês "Global Times" que, com frequência, cita fontes de alto nível dentro do governo.

Ele menciona "uma iniciativa para responder às medidas repressivas dos Estados Unidos".

"Quando entrar em vigor, algumas exportações de tecnologia para os Estados Unidos estarão sujeitas a controle", completou Hu.

China ameaça empresas tecnológicas após veto dos EUA à Huawei

O governo da China reuniu representantes das grandes empresas do setor tecnológico e as advertiu de que sofrerão consequências se interromperem suas vendas para o país – informou a imprensa americana no sábado (8).

A reunião aconteceu depois de o presidente Donald Trump colocar o gigante chinês das telecomunicações Huawei em uma lista negra que a impede de ter acesso ao mercado americano.

A decisão de Trump se baseou em razões de segurança nacional e de ameaça dos negócios da Huawei a Washington, acusando a empresa de fazer espionagem para Pequim.

Na última semana, o governo chinês reuniu executivos das companhias americanas Dell e Microsoft e da sul-coreana Samsung, entre outros, para adverti-los de que qualquer redução de suas operações na China vai gerar represálias, relatou o jornal "The New York Times".

Às empresas americanas foi dito que "a determinação de Trump de privar as companhias chinesas de tecnologia americana afetou a cadeia mundial de fornecimento e que as empresas que seguirem essa política podem enfrentar consequências permanentes", acrescentou o NYT.

Já às empresas com sede fora dos Estados Unidos foi dito que não serão penalizadas, desde que mantenham seus negócios normalmente, ainda de acordo com o jornal.

Na sexta-feira, o Facebook anunciou que deixará de pré-instalar seus aplicativos em aparelhos da Huawei com o objetivo de cumprir as normas americanas. Maior rede social do planeta, o Facebook isolou ainda mais a Huawei, segundo maior fabricante mundial de smartphones. No mês passado, o Google já havia feito um anúncio similar.

China cortará exportações do setor tecnológico para os EUA, diz editor de jornal pró-governo¹

A China está se preparando para cortar a exportação de alguns produtos do setor de tecnologia para os Estados Unidos, disse neste sábado o editor-chefe do jornal chinês Global Times.

Se ativadas, as medidas serão uma retaliação de Pequim às restrições norte-americanas contra a Huawei Technologies. Washington citou motivos de segurança nacional para adotar as restrições.

Em um tuíte, o editor do jornal pró-Partido Comunista, Hu Xijin, disse que o país “está construindo um mecanismo de gerenciamento para proteger as principais tecnologias da China”.

“Esse é um grande passo para melhorar o sistema e também uma medida contra as ações dos EUA”, acrescentou. “Quando estiver efetiva, algumas exportações de tecnologia para os Estados Unidos estarão sujeitas a controles.”

Hu não citou fontes em seu tuíte. O Global Times não é um veículo oficial do Partido Comunista, mas suas visões são vistas muitas vezes como um espelho do que pensam os líderes do país.

No momento em que Hu tuitava, a agência de notícias oficial Xinhua informava que a Comissão da Reforma e do Desenvolvimento Nacional organizará um estudo para estabelecer um “sistema nacional de gerenciamento da segurança tecnológica”.

Esses anúncios vieram semanas depois de Washington ter colocado a Huawei em uma lista negra que efetivamente bane empresas norte-americanas de fornecer bens e serviços a ela.

Pouco depois, Pequim anunciou que divulgaria sua própria lista de entidades estrangeiras “não confiáveis”. O país também indicou que vai limitar sua remessa de terras-rara para os EUA.

¹com agência Reuters

 

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