Search
Close this search box.

Novo Livro Branco da Defesa Nacional da China define espaço exterior e internet como áreas de segurança de alta transcendência

 English version

O novo Livro Branco de Defesa Nacional definiu o mar, espaço exterior, internet e energia nuclear como as áreas de segurança nacional de alta transcendência. O documento também criou o termo inédito de "regiões de interesses núcleo no exterior", o que implica em mais responsabilidades assumidas pelos exércitos chineses fora do país.

Em relação ao espaço exterior, o nono Livro Branco sobre a Defesa Nacional disse que a China defende sempre o uso pacífico do espaço exterior, e se opõe ao armamentismo e à corrida de armamento espacial.

O professor do Instituto de Comando das Forças Aéreas, Wang Mingliang, afirmou que é uma tendência que o papel do espaço para os seres humanos seja cada vez maior. Cada país tem direito de utilizar legitimamente o espaço, mas temos que ficar atentos sobre o armamento espacial desenvolvido por alguns países, alertou o professor.

"A definição da estratégia espacial deve-se aos dois motivos. Primeiro, observamos alguns fatores instáveis no espaço exterior. Segundo, temos que nos preparar para a eventual ocorrência de incidentes, como a questão antimíssil. Sendo um grande país e um país soberano, temo que atuar nessa área."

No que diz respeito à segurança cibernética, o Livro Branco disse que a internet é o novo pilar da economia nacional e nova área de segurança. Sob o contexto da intensificação das corridas internacionais do espeço cibernética, o coronel sênior para Planejamento Estratégico do Exército de Libertação do Povo Chinês, Wang Jin, revelou que o país é um dos maiores vítimas de ataque cibernético e vai enfrentar cada vez mais ameaças e desafios nessa área.

"Para salvaguardar a segurança cibernética, vamos reforçar adequadamente a nossa capacidade cibernética conforme a nova realidade. É de ressaltar que a China defende sempre a construção de um espaço cibernético com carácteres de paz, segurança, abertura e cooperação. Temos também vontade de cooperar com outros para promover o desenvolvimento econômico e o bem-estar de todos os países."

Pela primeira vez, o Livro Branco definiu como uma das missões do exército chinês a salvaguardar dos interesses do país no exterior e criou o termo de "regiões de interesses núcleo no exterior". Na prática, a China já desenvolveu várias operações fora do país para salvaguardar os interesses nacionais, entre elas, a escolta dos navios comerciais no Golfo de Áden, na Somália, e o envio de navios para o Iémen para retirar os cidadãos chineses e estrangeiros.

Segundo o coronel sênior do Comando-Geral do Exército de Libertação do Povo Chinês, Zhang Yuguo, as forças armadas da China vão fornecer mais segurança pública à comunidade internacional.

"As regiões de interesse núcleo no exterior não é de carácter exclusivista e ofensivo. Ao defender os interesses no exterior, a China nunca irá procurar apenas os próprios interesses, mas ligar os interesses do país aos de outros países, para fornecer à comunidade internacional os produtos de segurança pública, contribuindo para a paz e a estabilidade regional e internacional."

Estratégia militar da China

O documento intitulado "Estratégia militar da China" foi o nono livro branco na área de defesa publicado pelas autoridades chinesas desde 1998. Trata-se do primeiro livro branco que explica detalhadamente a disposição militar do país. A obra tem de cerca de nove mil caracteres chineses e foi dividida em várias partes, tais como prefácio, situação de segurança do país, missão das tropas, tarefa estratégica militar, estratégia de defesa ativa, construção do exército, preparativos para luta e cooperação militar.

Na coletiva à imprensa, realizada hoje pelo Gabinete de Imprensa do Conselho de Estado chinês, o porta-voz do Ministério da Defesa Nacional da China, Yang Yujun, apresentou o livro branco. Segundo ele, o documento analisa especificamente a atual tendência da estratégia militar chinesa e também para o futuro.

"Esse novo livro branco esclarece a estratégia militar da China. O documento vai ajudar o público chinês e a comunidade internacional a formar uma compreensão completa e objetiva sobre as políticas de segurança da China. Além disso, a publicação do livro mostra a vontade do governo chinês em defender a estabilidade regional, o que possui um significado positivo para aumentar o entendimento e a confiança entre a China e os diversos países."

De acordo com o livro branco, a Marinha, Exército e a Força Aérea da China estão passando por uma fase de desenvolvimento de transformação estratégica. A força naval prestará mais atenção à escolta em alto mar, além da defesa nas regiões costeiras.

Além disso, o Força Aérea vai se empenhar em defender a pátria com uma combinação tática ofensiva e defensiva. O coronel sênior do Departamento do Planejamento de Estratégias do Exército de Libertação do Povo Chinês, Wang Jin, explicou sua opinião sobre a alteração da estratégia militar. Ele disse:

"A China está enfrentando atualmente muitas ameaças e desafios da segurança marítima. Perante a situação, a marinha chinesa precisa elevar suas capacidades para adaptar-se às tarefas militares diversificadas e defender a soberania territorial.

A força aérea é de grande importância na estratégia militar chinesa e assume as missões de salvaguardar a segurança. O governo chinês persiste na exploração pacífica dos recursos espaciais e se opõe a corrida armamentista."

Ao falar da transformação militar estratégica da China, o porta-voz do Ministério da Defesa Nacional da China, Yang Yujun, fez tal afirmação:

"A China tem insistido no caminho de desenvolvimento pacífico e não vai envolver-se na expansão militar. Neste sentido, o governo chinês não vai mudar sua política de defesa nacional. Isso é tanto um compromisso solene da China à comunidade internacional, quanto um princípio básico executado na construção do exército chinês."

Quanto à cooperação militar internacional, o livro branco reitera que a China vai desenvolver as relações militares pacíficas e não dirigidas contra terceiros, de forma a criar um mecanismo internacional de confiança militar.

Tradução: Zhao Yan / Laura
Revisão: Denise Melo

Compartilhar:

Leia também
Últimas Notícias

Inscreva-se na nossa newsletter