A China vai aumentar os investimentos no setor petrolífero na Venezuela para elevar o fornecimento de óleo bruto venezuelano ao mercado chinês. O investimento é bem-vindo em um momento que a economia do país atravessa uma fase difícil.
Em visita a Caracas, nesta segunda-feira (21), o chanceler chinês, Wang Yi, discutiu com o presidente Nicolás Maduro e o ministro de Relações Exteriores, Elías Jaua, formas de elevar de 600 mil a 1 milhão de barris por dia as exportações de petróleo venezuelano para a China. A China é o segundo mercado exportador da Venezuela, depois dos Estados Unidos, mas se esta meta for alcançada, Pequim passaria a ser o maior cliente do petróleo venezuelano.
O presidente Nicolás Maduro disse que não há prazo definido para a realização dessa meta, mas destacou que a relação energética com a China levou à criação de um conjunto de mecanismos de financiamento que traz desenvolvimento econômico ao país. Um dos projetos de investimento para aumentar a produção envolve a bacia de Orinoco, onde China e Venezuela já atuam em parceria.
O chanceler chinês chegou a Caracas proveniente de Cuba e continuará seu giro pela América do Sul com visitas à Argentina e ao Brasil. Wang Yi descreveu a relação da China com a Venezuela como de "amigos e sócios que se entendem e se apoiam no socialismo do século XXI.
Crecimento frágil
O presidente do Banco Central da Venezuela, Nelson Merentes, reconheceu ontem que a economia do país atravesa um momento de “crescimento frágil” associado à “escalada da inflação”. Em fevereiro, a Venezuela, que tem as mais importantes reservas de petróleo no mundo, enfrentou uma taxa de inflação de 57,3% no acumulado de um ano, uma das mais elevadas do planeta.
Para este ano, o governo estabeleceu uma meta de crescimento de 4% e uma taxa de inflação entre 26% e 28%.