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EXCLUSIVO – Comando Naval de Operações Especiais (CoNavOpEsp)

 

 

Canis Latrans

Analista de Assuntos Militares especial para DefesaNet

As Forças de Operações Especiais (FOpEsp) são unidades altamente especializadas e estruturadas na arte da guerra não convencional, isso se traduz nas capacidades de planejamento, condução e execução de ações diretas, reconhecimento, contraterrorismo, guerra psicológica, operações clandestinas e demais operações estapafúrdias aos olhos das tropas convencionais.

 

Com a capacidade dessa projeção massiva, com o fulminante grau de velocidade e violência, o Corpo de Fuzileiros Navais e o Corpo da Armada possuem em suas fileiras os Comandos Anfíbios (ComAnf) e os Mergulhadores de Combate (GruMeC), unidades essas que atendem as demandas e interesses dos seus respectivos comandos para o êxito das missões atribuídas aos mesmos.

 

 

Podemos ver operadores das três forças, SEAL (US Navy), COT (Polícia Federal) mais GRUMEC (Marinha do Brasil). Pode-se ver o capacete Ops Core como padrão para todos. Os GRUMEC com uniforme padrão da MB, armados com fuzil HK416A3. O SEAL com uniforme AOR-2 e colete Crye Precision AVS com porta-carregadores triplo. O COT com uniforme Multicam, armado de pistola Glock G17 G3 e fuzil HK416A3 equipado com mira holográfica EO Tech XPS-3, luneta 3x e mira multiespectral DBAL A3. Treinamento no Rio de Janeiro para a Olimpíada de 2016 Foto Roberto Pereira / Especial DefesaNet

 

Com a conjuntura internacional modificando-se a cada minuto, e com a ascensão das guerras e conflitos movidos por questões energéticas, políticas, étnicas e religiosas no Teatro de Operações moderno do século XXI, e o Brasil abandonando a neutralidade e posicionamento pusilânime em sua política externa, o CFN/MB constituiu esforços para o melhor gerenciamento e direcionamento das atividades de Forças de Operações Especiais, para atender com súpero aproveitamento os interesses do governo brasileiro, concebendo dessa forma o Comando Naval de Operações Especiais (CoNavOpEsp).

 

Os GRUMEC em exercício interagindo com a infraestrutura da exploração de petróleo. Unidade especial de intervenção para o vasto complexo de exploração petrolífera do présal. Foto MB

Em publicações no Diário Oficial da União, no dia 16 de agosto de 2019, por meio do Comando da Marinha, através das portarias n.os 231 e 232, é possível analisar a preocupação em integrar as atividades de Operações Especiais com as atividades de Guerra Cibernética e Eletrônica, atividades essas primordiais para a dissuasão e sobrevivência nos conflitos modernos, o que nos leva a fiar-se que quando o CoNavOpEsp estiver totalmente consolidado e as equipes de Operações Especiais estiverem operando em algum ambiente de pugna, nacional ou estrangeiro, irão dispor com o apoio parcial ou irrestrito de Electronic Warfare Systems Operator (EWSO). Ouvindo, interferindo, localizando e degradando os meios antagonistas para facilitar o trabalho dos elementos de Operações Especiais.

DefesaNet obteve com exclusividade duas informações relevantes:

1 – As missões que o Comando Naval de Operações Especiais (CoNavOpEsp) foi criado visando adequar a estrutura organizacional da Marinha do Brasil (MB) às demandas do contexto atual e contribuir para o aprestamento e o emprego das Forças Navais, Aeronavais e de Fuzileiros Navais.

 

Será uma Organização Militar vocacionada às Operações Especiais, que na MB são realizadas pelos Comandos Anfíbios e pelos Mergulhadores de Combate, e às Operações de Informações, incluindo as Operações Psicológicas, as Ações de Guerra Cibernética e as Ações de Guerra Eletrônica

2 – O futuro Comandante Naval de Operações Especiais (CoNavOpEsp) será o o Contra-Almirante (FN) Lage, atual Subchefe de Inteligência Operacional do Comando de Operações Navais.

Abaixo exemplo de operações de EWSO desempenhadas pelo Exército Britânico (vídeo em inglês).

 

 

 

Integração essa, homem e computador, que tornou-se mais axiomática com a recente aquisição do Corpo de Fuzileiros Navais dos sistemas de ´´soldado do futuro´´ adquiridos do Estado de Israel, através da Elbit Systems, que irá acoplar meios eletrônicos e optrônicos aos corpos dos militares garantindo a sobrevivência, gerenciamento e triunfo das equipes nos Teatros de Operações. Sistema esse que foi testado na Operação Formosa de 2019, com elementos do Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais transmitindo em tempo real a visão, ações e o posicionamento para o estado maior a quilômetros de distância.

Para fins de esmero histórico, a U.S. Navy (Marinha dos Estados Unidos) criou o seu comando conjunto de Operações Especiais na década de 1980, após a fracassada ´´Operação Eagle Claw´´ conduzida por operadores do 1º Destacamento Operacional de Forças Especiais/Delta, que foram interrompidos de realizar o resgate de 53 reféns estadunidenses capturados pela Guarda Revolucionaria Iraniana, após problemas estruturais ocasionados nos helicópteros RH-53 Sea Stallion que os transportavam para o resgate dos reféns.

Membros do Comandos Anfíbios (COMANF) Batalhão Tonelero

Operação essa que foi extremamente estultícia na condução de C2, bem como na coordenação das diversas equipes de Operações Especiais e de inteligência envolvidas. Resultando no óbito de 8 militares, 1 civil iraniano e 4 feridos. Sem esquecer de mencionar 1 helicóptero SH-53 Sea Stallion e 1 avião EC-130E destruídos, além de 5 helicópteros capturados.

 

Com o seu nascimento a partir do principio de mesclar as Operações Especiais aos meios eletrônicos e cibernéticos, percebemos que a abordagem a ser utilizada pelo Comando Naval de Operações Especiais será levemente díspar ao conceito utilizado pelo Comando de Operações Especiais do Exército Brasileiro, fazendo a Marinha do Brasil o uso da alta tecnologia de maneira mais assídua.

Mudanças devem ocorrer ao passar dos tempos, e desejos antigos dos operadores é esperado que venham a concretizar-se, como por exemplo:

1- Aquisição de um grande e moderno túnel de vento vertical para instruções referentes ao adestramento de Salto Livre Operacional e ao Curso Especial de Salto Livre;

2- Aquisições de VANTs militares para o apoio das Operações Especiais;

3- Oficializar por meio de documento as Operações de Ações Indiretas;

4- Aquisições de viaturas dedicadas para as Operações Especiais, uma vez que são utilizadas a Land Rover Defender;

5- Reformas, modernizações e ampliações estruturais nas edificações/instalações uma vez que são modelos e arquitetura antigas. Em especial no BtlOpEspFuzNav, que pelo seu vasto tamanho é necessária uma maior atenção;

6-  Liberdade operacional irrestrita para os operadores decidirem quais equipamentos, armamentos, camuflagens, fardamentos, optrônicos e demais meios devem ser adquiridos sem a interferência de terceiros, em especial de cadeia logística que não é formada por elementos de Operações Especiais.

Além de milhares de outras aquisições e mudanças que devem ser efetuadas a curto-médio prazo para manter os operadores no estado da arte.

´´Possuir unidades de Operações Especiais não é para o país que deseja, é para o país que pode! que possui a capacidade de manter, países que possuem tropas de operações especiais, mas que são largadas e sem investimento na verdade estão apenas a brincar de operações especiais, o investimento deve ser crescente e contínuo!´´

Frase forte de um operador do CFN.

 

A criação do CoNavOpEsp, apesar de tardia, é ultra necessária para o cumprimento dos interesses do governo brasileiro, em quaisquer lugares do Brasil e do mundo, sendo o embrião de uma nova política de racionalidade entre o alto comando do Corpo de Fuzileiros Navais e do Corpo da Armada.

 

UNITAS LX Operações Especiais da Marinha do Brasil, da U.S. Navy e da Armada del Ecuador durante treinamento de Fast Rope. Vídeo MB

 

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