Principal parceira do governo do estado no processo de pacificação das favelas e no combate ao crime organizado, a Polícia Federal apertou o cinto e passou a cortar despesas este ano, prejudicando ações contra o tráfico de drogas, o contrabando de armas e a corrupção. E o motivo parece estar nos cortes no orçamento do governo federal: eles atingiram a instituição este mês, como revelam documentos repassados, com carimbo de "urgente", há quatro dias pelo comando da Superintendência da PF no Rio às delegacias, aos setores e aos postos no estado.
Com orçamento apertado, a ordem é economizar. Está sendo racionado até mesmo o uso de aparelhos de ar-condicionado, que agora têm hora para ser ligados e desligados. Os memorandos internos passaram a ser distribuídos no último dia 20 aos delegados federais: os textos informam que eles deverão cumprir cotas de combustível, economizar luz e explicar qualquer deslocamento intermunicipal. Telefonemas e até o uso de material de escritório passaram a ser controlados.
A manutenção dos veículos também passou a ter cota. Para todo o estado (sede no Rio e seis delegacias no interior), o valor máximo mensal para o serviço passou a ser de cerca de R$ 37 mil. Procurada no Rio e em Brasília, a PF não retornou o contato para explicar o racionamento.