Balões espiões desenvolvidos em São José vão ganhar céu do Rio nas Olimpíadas de 2016

Marcelo Pedroso

Um projeto com tecnologia nacional desenvolvido por uma empresa de São José dos Campos alçou voos olímpicos e já está à disposição das forças de segurança para a proteção de áreas estratégicas na Rio 2016.

Desde a última quinta-feira, quatro “balões espiões” passaram oficialmente a integrar o aparato de policiamento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro.

Os balões vão monitorar os locais definidos nos esquemas de segurança e enviar as imagens, em tempo real, para o CICCR (Centro Integrado de Comando e Controle Regional).

Foram seis meses de desenvolvimento dos equipamentos, tarefa que coube ao time da Altave, empresa localizada na Incubaero, dentro das instalações do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial).

“O Altave Omni vai até 230 metros de altura e tem 13 km² de cobertura. Nosso sistema é capaz de ver tudo o tempo inteiro”, afirmou Bruno Avena, um dos fundadores da empresa, que conta com 25 funcionários.

Concorrência. Para faturar o contrato de R$ 23,15 milhões, a Altave enfrentou concorrência graúda, com representantes de empresas francesas e americanas.
“Tanto no Brasil quanto no exterior esse tipo de solução é inovadora”, disse Avena.

Para Avena, a “vitrine olímpica” também pode abrir oportunidades para novos negócios. “Ao termos esse grande evento na mão, com uma exposição internacional, a gente se coloca no mercado.”

Com a entrega dos balões concluída, a próxima etapa será a capacitação de seus operadores, o que deve ser realizado pelos técnicos da Altave ainda este mês.
Um balão já foi entregue à Polícia Militar do Rio. A PM ficará com mais dois e o quarto equipamento será doado à Guarda Municipal.

Para o titular da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça, Andrei Augusto Passos Rodrigues, uma das vantagens está na mobilidade. Os balões podem ser transportados por meio de veículos com reboque.

"Esta é uma outra importante vantagem que esse equipamento tem de ter: a mobilidade e ser modulado de acordo com o interesse da operação", afirmou Rodrigues, por meio de nota encaminhada pela assessoria de imprensa.

Tecnologia. Os balões alimentados com o gás hélio têm autonomia de três dias de voo, são equipados com 13 câmeras diurnas e noturnas, podem alcançar até 230 metros de altura e suportar ventos de até 80 quilômetros por hora.

A área monitorada com detalhes é de 13 km², mas o imageamento total chega a 44 km².

Além disto, o sistema possui capacidade para armazenamento de 72 horas de gravação, com a possibilidade de acesso de até três usuários ao mesmo tempo. As imagens descem por fibra ótica pelo próprio cabo que sustenta cada balão.

Local. Um dos locais confirmados para receber o balão espião é o Parque Olímpico da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, que vai abrigar 16 modalidades olímpicas e nove paralímpicas.

 

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