A cooperação espacial entre Brasil e China, que já possibilitou o lançamento de três satélites desde 1999, prevê agora o desenvolvimento de mais quatro artefatos, como parte do Programa de Satélites Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS). A notícia foi dada pelo presidente da Agência Espacial Brasileira, Marco Antônio Raupp, que recentemente esteve na China. Segundo ele, ficou acertada a constituição de um grupo de trabalho entre os dois países para discutir o desenvolvimento dos quatro novos satélites.
"O grupo de trabalho será formado até março de 2012. Vamos discutir o desenvolvimento do CBERS 04 B, CBERS 05, CBERS 06 e o CBERS-SAR, uma versão equipada com radar de abertura sintética (SAR)", disse. Na reunião com os chineses também ficou acertado o lançamento do terceiro satélite da série CBERS em 2012.
Com o encerramento da operação do CBERS-2B, em maio do ano passado, o Brasil reduziu o número de imagens utilizadas no monitoramento do desmatamento da Amazônia. A continuidade desse trabalho, segundo o Inpe, tem sido garantida com a utilização de satélites americanos e indianos, até o lançamento do CBERS-3.
O projeto CBERS contempla hoje a maior participação da indústria nacional no programa espacial brasileiro. A construção dos satélites 3 e 4 gerou cerca de R$ 330 milhões em contratos na indústria brasileira, responsável pelo fornecimento de 50% dos componentes e sistemas dos satélites. Outro projeto importante na área de satélites, o da plataforma multimissão (PMM), que acomoda diferentes tipos de cargas úteis a partir de um projeto básico, tem cerca de R$ 120 milhões em contratos com as empresas do setor.
Com o CBERS, o Brasil se tornou um dos maiores distribuidores mundiais de imagens de satélites, além de dominar a tecnologia para o fornecimento de dados de sensoriamento remoto, que agora está sendo exportada para outros países. O CBERS também é considerado um dos principais programas de sensoriamento em todo o mundo, ao lado do americano Landsat, do francês Spot, e do indiano ResourceSat.
Em abril de 2010, Brasil e China firmaram uma parceria para tornar a distribuição global das imagens do CBERS. A intenção dos dois países, segundo o Inpe, é beneficiar nações que não possuem programa de satélites para monitorar seus recursos naturais, áreas agrícolas e o desenvolvimento urbano. Para expandir o acesso às imagens do CBERS, o Inpe está investindo US$ 25 milhões na instalação de bases de leitura do satélite no México, Argentina, Tailândia e Austrália.
O continente africano já conta com três estações de recepção das imagens do sistema CBERS, uma na África do Sul e as outras duas nas Ilhas Canárias (Espanha) e no Egito. Um acordo está sendo negociado entre a China, o Brasil e a França para a instalação de uma estação no Gabão.
Pesquisa feita pelo Inpe sobre o perfil dos usuários do CBERS, revela que a utilização das imagens desses satélites criou mais de 2 mil empregos no país, sendo 50% como bolsistas, 25% terceirizados e 25% como efetivos. As áreas englobam cartografia, agronomia, urbanismo, turismo, exploração florestal e geológica e uso da terra.
Os resultados da pesquisa mostraram ainda que a difusão gratuita de imagens de satélites ajudou a ampliar a comunidade de brasileiros que usa diretamente os resultados do programa espacial. Dos 3.470 usuários que responderam à pesquisa, 1.100 afirmaram ter obtido trabalho por causa da disponibilidade das imagens do CBERS. Outra revelação importante da pesquisa é que mais da metade declarou que não utilizava imagens de satélites antes de ter acesso às imagens do CBERS pelo Inpe. (VS)A cooperação espacial entre Brasil e China, que já possibilitou o lançamento de três satélites desde 1999, prevê agora o desenvolvimento de mais quatro artefatos, como parte do Programa de Satélites Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS). A notícia foi dada pelo presidente da Agência Espacial Brasileira, Marco Antônio Raupp, que recentemente esteve na China. Segundo ele, ficou acertada a constituição de um grupo de trabalho entre os dois países para discutir o desenvolvimento dos quatro novos satélites.
"O grupo de trabalho será formado até março de 2012. Vamos discutir o desenvolvimento do CBERS 04 B, CBERS 05, CBERS 06 e o CBERS-SAR, uma versão equipada com radar de abertura sintética (SAR)", disse. Na reunião com os chineses também ficou acertado o lançamento do terceiro satélite da série CBERS em 2012.
Com o encerramento da operação do CBERS-2B, em maio do ano passado, o Brasil reduziu o número de imagens utilizadas no monitoramento do desmatamento da Amazônia. A continuidade desse trabalho, segundo o Inpe, tem sido garantida com a utilização de satélites americanos e indianos, até o lançamento do CBERS-3.
O projeto CBERS contempla hoje a maior participação da indústria nacional no programa espacial brasileiro. A construção dos satélites 3 e 4 gerou cerca de R$ 330 milhões em contratos na indústria brasileira, responsável pelo fornecimento de 50% dos componentes e sistemas dos satélites. Outro projeto importante na área de satélites, o da plataforma multimissão (PMM), que acomoda diferentes tipos de cargas úteis a partir de um projeto básico, tem cerca de R$ 120 milhões em contratos com as empresas do setor.
Com o CBERS, o Brasil se tornou um dos maiores distribuidores mundiais de imagens de satélites, além de dominar a tecnologia para o fornecimento de dados de sensoriamento remoto, que agora está sendo exportada para outros países. O CBERS também é considerado um dos principais programas de sensoriamento em todo o mundo, ao lado do americano Landsat, do francês Spot, e do indiano ResourceSat.
Em abril de 2010, Brasil e China firmaram uma parceria para tornar a distribuição global das imagens do CBERS. A intenção dos dois países, segundo o Inpe, é beneficiar nações que não possuem programa de satélites para monitorar seus recursos naturais, áreas agrícolas e o desenvolvimento urbano. Para expandir o acesso às imagens do CBERS, o Inpe está investindo US$ 25 milhões na instalação de bases de leitura do satélite no México, Argentina, Tailândia e Austrália.
O continente africano já conta com três estações de recepção das imagens do sistema CBERS, uma na África do Sul e as outras duas nas Ilhas Canárias (Espanha) e no Egito. Um acordo está sendo negociado entre a China, o Brasil e a França para a instalação de uma estação no Gabão.
Pesquisa feita pelo Inpe sobre o perfil dos usuários do CBERS, revela que a utilização das imagens desses satélites criou mais de 2 mil empregos no país, sendo 50% como bolsistas, 25% terceirizados e 25% como efetivos. As áreas englobam cartografia, agronomia, urbanismo, turismo, exploração florestal e geológica e uso da terra.
Os resultados da pesquisa mostraram ainda que a difusão gratuita de imagens de satélites ajudou a ampliar a comunidade de brasileiros que usa diretamente os resultados do programa espacial. Dos 3.470 usuários que responderam à pesquisa, 1.100 afirmaram ter obtido trabalho por causa da disponibilidade das imagens do CBERS. Outra revelação importante da pesquisa é que mais da metade declarou que não utilizava imagens de satélites antes de ter acesso às imagens do CBERS pelo Inpe. (VS)