INPE de São José faz nova parceria científica com a China


Júlio Ottoboni
Especial para DefesaNet


Um acordo científico de grande importância para ampliar as bases de intercâmbio de conhecimento entre Brasil e China será assinado no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de São José dos Campos, nesta quarta-feira. Os dirigentes da Academia Chinesa de Ciências e do Centro Nacional Chinês para Ciência Espacial e da entidade brasileira assinam o tratado na sede do Inpe , onde será inaugurado o China-Brazil Joint Laboratory for Space Weather.

O diretor do Inpe, Leonel Perondi, e o vice-diretor geral de Programas de dos centros de pesquisa chineses, Yu Yingjie, assinam o termo de cooperação para campanhas científicas de coleta de dados no Brasil e na China, como já acontece no caso dos satélites de sensoriamento remoto Cbers.

 O documento também  facilitará o intercâmbio de cientistas entre os dois países e a formação de pós-doutorandos na área. A cerimônia contará com a presença do vice-presidente da Academia Chinesa de Ciências, Yin Hejun, entre outros dirigentes e pesquisadores da China. A potência oriental entende que o Brasil é um parceiro estratégico para o desenvolvimento de estudos científicos e tecnológicos no setor espacial.

O Programa de Estudo e Monitoramento Brasileiro do Clima Espacial (Embrace), do Inpe, é reconhecido no cenário científico internacional e elevou o país a condição de expoente na América do Sul na área da atmosfera espacial. Esses estudos são cruciais para acompanhar fenômenos capazes de causar danos a sistemas tecnológicos, como GPS e linhas de transmissão como as explosões solares.

Um dos mais respeitados cientistas do mundo neste segmento, Walter Gonzalez, é dos quadros do Inpe e foi um dos autores do estudo que mostra uma nova miniglaciação a partir de um período de hibernação solar. A previsão é que a corona solar, de onde parte as megaexplosões de plasma, tenha início neste ano. Esses período de mínima atividade solar com essa calmaria em seu halo varia entre 70 e 210 anos.

O novo Joint Laboratory  coordenará a implantação de instrumentos científicos em ambos os países. Os primeiros serão instalados no Sul do Brasil, como um magnetômetro em São Martinho da Serra (RS), uma digissonda, um monitor de GNSS e um LIDAR em Santa Maria (RS). Será mantido no Embrace/Inpe um banco de dados para armazenar as informações provenientes das atividades realizadas no âmbito do Joint Laboratory.

A instalação de novos instrumentos no Brasil e a troca de dados com a China aumentará a capacidade do Embrace/Inpe de realizar o monitoramento do clima espacial. A pesquisa em parceria reforça a formação de recursos humanos e possibilita novas ações internacionais conjuntas.

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