Alexander Krasnov
O embaixador da Rússia no Brasil, Serguei Akopov, falou com exclusividade para a Voz da Rússia sobre a esperada visita do primeiro-ministro Dmitri Medvedev a Brasília, para participar da 6.ª Reunião da Comissão de Alto Nível de Cooperação Brasil-Rússia.
– Senhor embaixador, poderia falar, em breves palavras, sobre a visita do primeiro-ministro Dmitri Medvedev e da delegação russa que vem ao Brasil para discutir a cooperação bilateral?
Sim. Estamos preparando um grande acontecimento bilateral, que será a 6.ª Reunião da Comissão de Alto Nível de Cooperação Brasil-Rússia, encabeçada pelo vice-presidente Michel Temer e pelo chefe de governo da Federação Russa, Dmitri Medvedev, a ser realizada em Brasília em 20 de fevereiro. Realmente, estamos esperando uma grande delegação, composta por vários ministros e vice-ministros de diferentes áreas, para participar dos diferentes grupos de trabalho que compõem a comissão bilateral de cooperação na área econômica e científico-tecnológica.
Entre eles, o comitê agrário. Também se realizará uma reunião da área técnico-militar, à qual deve comparecer uma considerável delegação da agência Roskosmos, encabeçada por seu presidente, Sr. Vladimir Popovkin. Ele vai participar da inauguração de uma estação de rastreamento que faz parte do sistema russo Glonass, primeira estação fora da Rússia, na área da Universidade de Brasília.
E ainda serão assinados dois contratos para a instalação de mais duas estações que fazem parte desse sistema Glonass.
– Já sabemos onde ficarão essas novas estações?
– No mesmo lugar, na Universidade de Brasília. Enfim, também serão discutidas todas as questões relacionadas com a ampla gama de tópicos que nós tratamos nas nossas relações bilaterais.
Sistema russo Glonass
O Glonass russo, cuja criação começou ainda na União Soviética, foram desenvolvidos por ordem dos militares. No entanto, os especialistas enfatizam que as estações terrestres funcionam exclusivamente para fins civis. O vice-editor-chefe da revista “Notícias da Cosmonáutica” Igor Lissov, deu mais detalhes à Voz da Rússia:
"A precisão dos atuais sistemas de navegação por satélite não é suficiente para muitas aplicações econômicas nacionais. Em particular, para garantir a segurança de voos da aviação civil e o pouso automático, muito menos para navegar em determinados lugares – em estreitos, etc. Estas estações são instaladas a fim de melhorar a precisão dos sistemas de navegação até um nível muito mais elevado do que alguns metros".
A Rússia, no entanto, durante muito tempo instalou estações apenas em seu território. Isso reduzia a vantagem competitiva de Glonass. No entanto, nos últimos anos, Moscou se preocupou em criar uma rede mundial de estações terrestres, semelhante à norte-americana. A primeira estação deve ser construída no Brasil, diz o diretor-geral adjunto da corporação Sistemas Espaciais Russos, Grigory Stupak:
"Atualmente, estão sendo conduzidas negociações com um grande número de países. Acabam de ser concluídas as negociações e acordos com a China, e temos planos semelhantes para os EUA e Canadá. Não há perigo nenhum. Estas estações trabalham apenas com sinais recebidos e não transmitem nada. Essencialmente, são vulgares consumidores de serviços de navegação que têm um aparelho de receção – seja Glonass, ou GPS".