Indústria de Defesa: Brasil admite participação de Portugal na parceria com Angola

Dinheiro Digital com Lusa

 

Celso Amorim, que termina hoje uma visita oficial de dois dias a Luanda, à pergunta sobre se a parceria estratégica Brasil-Angola poderia integrar Portugal, respondeu: "Tudo é aberto".

"Um dos projetos importantes que nós temos hoje em dia, e que não sei se vai interessar ou não a Angola, é de um novo cargueiro que substituirá, no nosso caso, os Hércules-130. Uma parte deles é feita por uma subsidiária da Embraer em Portugal. Então, nós estamos abertos", disse Celso Amorim.

Todavia, o governante brasileiro deixou claro que a sua deslocação a Angola visou unicamente o desenvolvimento das relações bilaterais.

"Viemos apenas negociar entre Brasil e Angola, mas sempre nesse espírito de abertura de também outros países, naturalmente, que tenham interesse e capacidade em participar", acrescentou.

Do lado angolano, a importância da criação de uma indústria de defesa no país é dada pelo estatal Jornal de Angola, que titula a toda a largura da primeira página da edição de hoje que o "Brasil ajuda a criar indústria militar".

O tema "tomou um tempo importante" nas conversações bilaterais, reconheceu hoje Celso Amorim, que falava à imprensa no final da assinatura de um documento que contempla a criação de um Comité Interino Conjunto de Defesa (CICD) com o seu homólogo angolano, Cândido Van-Dúnem.

O ministro brasileiro salientou que a sua visita a Angola faz parte de um quadro mais amplo de parceria estratégica, que foi firmado pelo anterior Presidente brasileiro, Luís Inácio Lula da Silva e reforçado com a visita a Luanda, há cerca de ano e meio, da atual chefe de Estado, Dilma Rousseff.
"É importante frisar que a Defesa é um pilar essencial de uma parceria estratégica. Países que se entendem bem, devem também contribuir mutuamente para a sua capacidade de defesa", defendeu.

"No nosso caso, além do entendimento que já existe, há uma oportunidade nova que é cooperar na área das indústrias de defesa, e isso tomou um tempo importante dentro dos nossos trabalhos", salientou Amorim, destacando que integrou na sua comitiva o que definiu como "uma importante delegação" de empresários ligados ao setor.

Celso Amorim acrescentou que o objetivo "não é só vender".
"Claro que vender não é pecado e é bom. Mas com o objetivo de fomentar investimento, parcerias, para a produção de produtos de defesa aqui em Angola. Esse é o sentido da nossa cooperação", vincou.

O último ponto da agenda de Celso Amorim em Luanda foi uma audiência com o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, a quem entregou uma mensagem da chefe de Estado brasileira, Dilma Rousseff.

A mensagem está relacionada com o desenvolvimento da parceria estratégica de defesa entre os dois países, anunciou o próprio ministro brasileiro no primeiro dia da visita.

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