Vale do Paraíba: indústria de Defesa gera emprego, renda e desenvolvimento

Quando um país investe em tecnologia, esse investimento retorna em forma de emprego, renda e avanços nas mais diversas áreas. O setor de Defesa é considerado um dos grandes impulsionadores de tecnologia, e, nesse contexto, se destaca o desenvolvimento levado para a região do Vale do Paraíba, nas proximidades da bacia do rio Paraíba, no interior de São Paulo.

Na região, estão sediadas a Embraer Defesa e várias outras empresas da Base Industrial de Defesa. Ali, é possível compreender como a sinergia entre indústria, tecnologia e pesquisa pode mudar o rumo de uma nação, gerando desenvolvimento e renda.

Em São José dos Campos, está localizado o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), que desenvolve diversos projetos, inclusive, com importantes iniciativas voltadas ao espaço, uma das áreas mais relevantes atualmente, tendo em vista que até o sinal de internet nos aparelhos celulares vêm de satélites em órbita. É ali, no Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), que está sendo feito o projeto VLM-1 (Veículo Lançador de Microssatélites), que visa o desenvolvimento de um foguete destinado ao lançamento de cargas úteis especiais ou microssatélites (até 150 kg) em órbitas equatoriais e polares.

Esta semana, o ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, e o comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), brigadeiro Nivaldo Rossato, visitaram indústrias da região. “Aqui, a gente observa a importância da pesquisa realizada em parceria com a indústria, já voltada para uma aplicação. Nós estamos na ponta da linha, temos projetos avançados e que não nos deixa devendo em comparação com nenhum país do mundo. Agora, o que precisamos é de recursos para que projetos de pesquisa tão importantes não sejam descontinuados”, afirmou o ministro da Defesa.

O ministro também esteve na unidade da Embraer localizada em Gavião Peixoto. No local foi informado pelo presidente da empresa, Jackson Schneider, sobre o atual status dos projetos desenvolvidos com Marinha, Exército e Aeronáutica, particularmente com relação ao avião cargueiro KC-390, que deverá ter sua primeira unidade entregue à FAB ainda este ano. “O potencial de recursos humanos que existe na Embraer nos impressiona, é um modelo de negócios capaz de orgulhar o Brasil, e a Defesa, como tem o braço da Embraer Defesa aqui dentro, sente-se partícipe desse trabalho”, disse Silva e Luna.

O presidente da Embraer destacou o potencial do KC-390, cuja venda para outros países significa melhorias na balança comercial e benefícios para todo o País. “Esse é um avião que estamos apresentando ao mercado, está praticamente em etapa final de certificação, cumprindo seus testes de voo finais, e que estaremos entregando o primeiro avião, efetivamente de produção, para a FAB ainda no decorrer deste ano”, afirmou.

O ministro da Defesa também esteve na Avibras, empresa estratégica de Defesa que também desenvolve diversos projetos com as Forças Armadas, e que está envolvida no programa VLM com a fabricação do motor S-50. O vice-presidente da empresa, Leandro Villar, afirmou que o projeto está avançando e que em breve trará bons resultados ao país. “Mostramos ao ministro a evolução do programa: onde estamos e onde chegaremos em breve. Hoje, estamos num estágio bastante avançado, logo estaremos em condições de entregar esse produto para a FAB, cumprindo uma etapa importante e colocando o Brasil em condição ímpar de player mundial”, destacou.

Centro de Lançamento de Alcântara (MA)

Com a atualização do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), o Brasil passa a olhar a questão do espaço de forma mais efetiva. Esse focoganha mais força com os avanços no programa VLM e com outras ações desenvolvidas no âmbito da Comissão de Coordenação e Implantação de Sistemas Espaciais (CCISE) da FAB, direcionado ao desenvolvimento de lançadores de satélites nacionais, a consolidação do Centro Espacial de Alcântara (CEA) e no lançamento de satélites de uso dual (civil e militar).

O setor espacial é o que mais recebe investimentos em países desenvolvidos e, para o Brasil, é uma necessidade, especialmente por suas características: território continental de 8 milhões de km² e fronteira com 10 países. Por isso, o país depende das aplicações espaciais para questões estratégicas de Defesa, como o controle das fronteiras, e para outros setores como o de inclusão digital (acesso à internet em áreas afastadas dos grandes centros), agricultura com previsão do clima, monitoramento de florestas para prevenção do desmatamento, entre outras.


Foto: Sargento Brunto Batista/CECOMSAER

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