Comentário Gelio Fregapani – Ações contra a Independência, a Soberania e a Economia

Assunto:  Ações contra a Independência, a Soberania e a Economia

Até o posicionamento do Temer em Nova Iorque os nacionalistas pensavam que a substituição dele seria pior e que fosse ele ladrão ou não deveria continuar na presidência até o final de 2018 para o bem do País. Agora há convicção que ele é um internacionalista sem pátria, que pouco se interessa pelo Brasil, um traidor no estilo FHC.

Como é tradição o Presidente do nosso País abriu a grande Assembleia da ONU, no ano anterior, a fala da então Presidente (Dilma) tinha nos desagradado e até nos envergonhado, a do atual causou-nos horror. A obediência aos padrões do Establishment, a ausência de sentimento pátrio em tudo lembraram o governo traidor de FHC, talvez em dose maior.

Lamentavelmente Temer aproveitou o evento para aderir a um “Protocolo” adicional ao Tratado de Não-Proliferação, com às novas restrições sobre a proibição de armas nucleares, reafirmando a proibição de ampla gama de atividades relacionadas a armamentos nucleares, tais como desenvolver, testar, produzir, manufaturar, adquirir, possuir ou estocar armas ou outros utensílios nucleares explosivos, assim como o uso ou a ameaça de uso dessas armas sem nenhuma contrapartida, dos que já desenvolveram, estão desenvolvendo ou simplesmente não assinaram esse tratado assimétrico onde só temos deveres e nenhum direito, colocando-nos na completa submissão à força de possíveis rivais que disponham desse armamento onde acabam todas as pretensões de fazer parte permanente do Conselho de Segurança da ONU, privilégio dos fortes e corajosos.

Anteriormente o Governo já havia renunciado a mísseis de alcance maior que 300 km e a minas, o que é inconcebível numa eventual guerra. Otimistas inveterados pensaram que poderíamos nos concentrar na economia, poupando com a supressão dos gastos militares, mas isto não tem como funcionar, pois a indústria iniciante fenecerá pela falta de proteção. (NOTA DefesaNet – Missile Technology Control Regime, MTCR, é de 1987 e o Brasil é membro desde 1995. Publicaremos um artigo específico sobre o MTCR.)

Lembremo-nos como foi criada a grandeza industrial dos EUA: Ao término da Guerra da Independência, a Inglaterra ainda tentava manter o então cativo mercado americano, quando o Secretário do Tesouro, o jovem Alexander Hamilton se opôs, explicando que apesar de um arado fabricado na Inglaterra custar apenas uma fração do preço de um fabricado localmente, se fossem comprados os fabricados fora o país nunca desenvolveria sua indústria, pois uma indústria nascente não pode competir com uma já estabelecida caso não conte com a proteção do Estado.

Com seu livreto “A Natureza das Manufaturas” Alexander convenceu os congressistas a protegerem a indústria americana e isto foi a origem de seu desenvolvimento. Em Nova Iorque, Temer foi no rumo contrário disse que não acredita que protecionismo seja solução para a economia e que não protegerá a indústria brasileira, o que significa ampla abertura às importações, o que inibe qualquer desenvolvimento independente.

Os que nasceram antes de II Guerra (como eu) sabem que o nosso País não fabricava nada e só exportava café. Foi só a guerra impedir as importações que a indústria começou a surgir do nada, e feita a paz, como a retomada das importações acabou com a nossa indústria ainda nascente. Hoje, as proibições, para as indústrias envolvidas no Lava-jato, de trabalharem para o governo (a punição deveriam ser para as pessoas e não para as empresas) e a venda da infraestrutura e dos recursos naturais estão provocando uma desindustrialização que nunca esperávamos ver. Custamos a acreditar que se tratava de traição, mas é.

Haverá ainda quem se agarre na esperança na agricultura, que está mantendo a economia em pé. Realmente temos aproveitado a terra, a água e o sol, mas a única fábrica de fertilizantes foi vendida a grupos estrangeiros (era da Petrobras) . Precisa mais?

O Governo Temer, claro, também fez coisas boas –  poucas, mas freou o infantil esquerdismo e até certo ponto freou também as deturpações do  ambientalismo e indigenísmo. Entretanto, além de comprometer o desenvolvimento compromete ainda a Segurança Nacional com a venda de estatais estratégicas, das hidrelétricas, de grandes extensões de terras a estrangeiros e abrindo a fronteira irrestritamente aos vagabundos do mundo inteiro, concedendo-lhes regalias que faltam aos nacionais, transformando o Brasil na terra de todo o mundo. Para coroar a destruição do nosso País, sutilmente, pelas beiradas, vai tirando toda a capacidade militar até que dilua a já insuficiente capacidade de reação, deixando-nos sem o submarino nuclear (e sem os outros), sem aviões, sem armamento eficiente, sem munição e até sem comida suficiente para a tropa.

Talvez Temer pense que as forças armadas dos EUA defenderão o Brasil, porque as nossas serão meras tropas auxiliares do exército do Império. Com a PEC 241 congelando por 20 anos os investimentos do governo não haverá investimentos na saúde, na educação, na segurança e na infraestrutura, o que vai gerar serviços públicos ainda piores, desemprego, estagnação e revoluções que podem conduzir ao separatismo das partes mais dinâmicas.

Até o discurso de Nova Iorque ainda pensávamos que o melhor para o nosso País era manter o Temer, fosse ele ladrão ou não, na presidência até as eleições, pois o substituto legal seria ainda pior. Não cogitávamos da necessidade de uma intervenção militar, mas já não temos a mesma ideia.

Um substituto na linha sucessória, com todos os defeitos, dificilmente se voltaria contra o próprio País como o atual mau governo. Uma intervenção militar, antes indesejada, passa a ser considerada uma solução. Quanto mais cedo sair, menos dano fará. Melhor ainda se for uma intervenção constitucional, mas para evitá-la chega que o Exército diga “NÃO” às desnacionalizações.

Apenas isto.

Que Deus inspire os nossos generais

Gelio Fregapani

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