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Henrique Gomes – A IAI visa expansão no mercado brasileiro


Karen Gobbatto

 
Atuando cada vez mais forte no Brasil e em busca de novas frentes de negócios e parcerias, a Israel Aerospace Industries (IAI) prepara-se para anunciar, em breve, uma nova aquisição no mercado nacional (a primeira foi a IACIT, de São José dos Campos, especializada em radares).
 
Henrique Gomes, CEO (Chief Executive Officer) da IAI do Brasil, fala sobre as intenções da companhia israelense no mercado brasileiro e como espera ampliar as relações da empresa no mercado nacional e latino.
 
Por que a IAI decidiu abrir um escritório no Brasil?
 
Henrique Gomes – A IAI está na América do Sul há décadas, é um dos nossos principais mercados e tem crescido muito nos últimos anos. O Brasil é um país estratégico para nós e a companhia decidiu abrir um escritório na região a fim de permitir maior proximidade com o mercado, com os clientes brasileiros e para fortalecer as relações comerciais.

Este é o primeiro passo de uma estratégia para expandir suas atividades no País e ter uma base industrial na região, bem como uma rede de apoio técnico para cobrir todo o território brasileiro. A IAI é aberta à transferência de tecnologia com a ideia de ter participação própria em algumas companhias e cooperação com outros parceiros estratégicos, como estamos fazendo no caso do SisGAAz, com a OAS, IACIT e Módulo. (Ver matéria MB testa VANT IAI Heron para o SisGAAz Link).

 
A empresa entrou no capital de duas empresas brasileiras nos últimos tempos. Você pode dizer os nomes das empresas e dar mais detalhes da transação? Qual é a vantagem desta operação?
 
Gomes – Estamos entrando em uma segunda empresa (a primeira foi IACIT) e esperamos muito em breve sermos capazes de anunciar os detalhes.

As vantagens de tal operação será a participação na indústria brasileira com uma estratégia de difundir nossas atividades e presença no País e na região (América do Sul).
 
Quais são os principais projetos com participação recente da IAI?
 
Gomes – A concorrência mais importante foi o KC-X2 para a Força Aérea Brasileira (FAB), que também é um projeto estratégico para o governo brasileiro. (ver matéria KC-X2 – IAI vence com B767-300ER convertido Link)
 
A IAI já comercializou dois VANTs (Veículo Aéreo Não Tripulado) para a Polícia Federal para auxiliar na coleta de informações. Quando foi isso?
 
Gomes – O contrato foi assinado há quatro anos, após um longo processo de concorrência na busca da melhor solução para o mercado brasileiro. Desde então, o sistema operacional é um sucesso em várias missões ISR (Inteligência, Reconhecimento e Vigilância) dentro da Polícia Federal. (Para detalhes sobre o SISVANT acesse SISVANT – Sistema de Veículos Aéreos do Departamento de Policia Federal Link)
 
 Quais são as aeronaves adquiridas pela Polícia Federal?
 
Gomes – O modelo é o Heron 1, que utiliza diferentes sensores que permitem aos usuários voar por mais de 24 horas e em uma área superior a 1.000 km. Como a Polícia Federal mencionou, todas as informações de inteligência para operações como a do Menor P. foram reunidas usando previamente um VANT para ação em campo.
 
 Qual a sua expectativa para a venda de VANTs no Brasil? Isso é uma parte importante da estratégia da empresa?
 
Gomes – Estamos ansiosos para os próximos grandes projetos no País, onde os VANTs estarão inseridos e a IAI, como pioneira neste segmento, tem uma série de opções para oferecer às Forças de Defesa Brasileiras. A ideia é ter um VANT fabricado no Brasil em breve.
 
 Por que o VANT é necessário ou adequado às necessidades do governo brasileiro?
 
Gomes – O Heron é o sistema mais adequado e eficaz para proteger as fronteiras de um país como o Brasil, com mais de 15.735 quilômetros de fronteiras terrestes e 7.367 km de fronteiras marítimas.
 
Hoje, os VANTs são a melhor solução para missões de proteção, especialmente para países que, como o Brasil, possuem fronteiras terrestres diversas. Os VANTs permitem melhor eficiência, capacidade e resistência utilizando as mais recentes e avançadas tecnologias, bem como no custo efetivo na operação.
 
IA – O Brasil enfrenta um iminente desafio de segurança, principalmente durante a Copa do Mundo. Qual sua avaliação sobre isso e o que a IAI pode oferecer ao governo brasileiro neste sentido?
 
Gomes – Alguns dos sistemas que temos em uso nas Forças Brasileiras serão utilizados na Copa do Mundo, mas podemos destacar o uso do VANT Heron, pela Polícia Federal, que está programado para apoiar a segurança dos jogos no Rio de Janeiro. (Ver matéria SISVANT – PF opera no RJ Link)
 
IA – Vocês já negociaram algum VANT para uso comercial no Brasil?
 
Gomes – Nossos VANTs podem ser utilizados em diversas aplicações e necessidades civis, tais como controlar a devastação da floresta tropical,
proteção contra incêndios. E, sim, já recebemos alguns pedidos para tais aplicações.

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