KMW reavaliará investimentos em Santa Maria e no RS, devido à burocracia da Fepam

Deni Zolin
deni.zolin@diariosm.com.br
Diário de Santa Maria / RBS

A longa demora da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para liberar o início da obra da KMW em Santa Maria fará a multinacional alemã rever os investimentos no Estado e em Santa Maria. O pedido de licença para a construção foi feito pela fabricante de blindados em agosto de 2012, mas, até agora, 14 meses depois, ainda não foi dada a resposta pela Fepam.

A situação se agravou nos últimos dias, quando a fundação estadual não deu previsão exata de quando será dada a licença para a construção do prédio da KMW na cidade. Por causa disso, o gerente-geral da KMW do Brasil, Christian Böge, foi chamado nesta quinta-feira, às pressas, para uma reunião na sede da KMW na Alemanha. Na semana que vem, ele terá reuniões com o diretoria da multinacional para reavaliar todos os investimentos futuros no Rio Grande do Sul.

A multinacional garante que irá cumprir os dois contratos que têm com o Exército Brasileiro, de desmontagem de blindados antigos e de manutenção dos 220 Leopard 1A5. Para isso, ainda pretende construir sua sede em Santa Maria, mas há sério risco de novas expansões e novos projetos da empresa serem transferidos para outro Estado, onde houver menos burocracia. O Paraná estaria sendo cogitado. Dessa forma, a sede da KMW na cidade ficaria apenas no projeto básico, sem ampliações futuras e com menos funcionários que o previsto inicialmente.

A KMW já havia anunciado planos de ampliação e investimentos milionários em Santa Maria, até com fabricação de carros blindados na cidade para vender para países da América Latina. A multinacional havia divulgado uma previsão de chegar a ter até 500 funcionários na cidade em 2017. Porém, tudo será reavaliado.

Essa demora de mais de um ano da Fepam para analisar o projeto de instalação da sede da KMW às margens da BR-287, entre Santa Maria e São Pedro do Sul, soou para os alemães como um sinal de que todas as futuras obras de ampliação da empresa no Estado poderão emperrar na burocracia das licenças da Fepam. Isso poderia prejudicar futuros negócios da empresa, que teme não poder cumprir os contratos de entrega de blindados ou outros produtos a países da América do Sul devido à demora das licenças para ampliações de seus prédios.

Atualmente, a empresa tem 21 funcionários em Santa Maria e um escritório no Centro. Sua sede própria, na BR-287, deveria ser inaugurada em outubro, para ela prestar os serviços contratados pelo Exército. Por isso, a desmontagem dos Leopard 1 está sendo feita pela KMW dentro de um pavilhão cedido pelo Exército.

CRONOLOGIA

– Novembro de 2010 – KMW decide se instalar em Santa Maria e negocia terrenos para construir sua sede, que atenderá a América do Sul. A empresa tem dois contratos com Exército: para desmontar blindados Leopard 1 e para a manutenção de 220 Leopard 1A5

– Junho de 2012 – KMW compra área de 18 hectares às margens da BR-287, a 3,5 km da Ulbra, para construir a sede, onde fará manutenção e futura fabricação de blindados

– Agosto de 2012 – KMW envia para a Fepam o projeto da construção de sua sede e pede as licenças para começar a obra

– Maio de 2003 – Começa terraplenagem da área, a partir de uma licença da prefeitura

– Julho de 2013 – Devido à demora para a vinda da licença final da Fepam, empresa alemã decidir parar sua obra

– Outubro de 2013 – KMW é multada em R$ 8,8 mil pela Fepam, que avaliou que a empresa não poderia ter feito terraplenagem e drenagem do terreno (foto) com autorização da prefeitura. Fepam não dá prazo para concecer licença que autoriza início da construção do prédio.

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