José Sergio Osse
O presidente da Embraer SA, Frederico Curado, não vai esquecer o dia em que soube que a fabricante de aviões tinha ganhado um contrato de US$ 355 milhões para fornecimento de aviões de ataque para a Força Aérea dos Estados Unidos depois de 14 meses de trabalho.
Ainda mais inesquecível foi o dia em que Curado viu na imprensa que o país norte americano havia cancelado a compra.
“Estamos tentando manter a sobriedade, foi uma enorme frustração para nós, e um choque, francamente”, disse Curado em entrevista no dia 12 no escritório da Embraer em São Paulo. “Nós fomos lá. Nós ganhamos. E então isso foi tirado de nós.”
A perda do contrato para fornecimento dos 20 Super Tucano, em 28 de fevereiro, anulou a alegria que veio quando a Embraer ganhou o negócio dois meses antes. Agora, Curado foi deixado apenas com a satisfação de saber que os aviões de guerra da companhia fundada em 1969 para começar a indústria de aviação no Brasil pode competir por um lugar na esquadra da força aérea mais poderosa do mundo.
“Ser selecionado por uma organização como essa é um reconhecimento de qualidade, o que em uma certa extensão nós já temos, porque fomos selecionados, tínhamos ganhado e iniciado o contrato.”
Um negócio com a Força Aérea dos EUA deveria “abrir portas” para a Embraer em outros lugares no Departamento de Defesa dos EUA e em outros países, disse Curado, de 50 anos, que se tornou presidente da companhia em 2007 e é o segundo a ocupar o cargo desde a privatização em 1994.
“Seria um selo de credibilidade no exterior para nós e uma chance de desenvolver um relacionamento com o Departamento de Defesa”, disse Curado.