Drones – Sem piloto no combate ao terror

WASHINGTON. Os aviões não tripulados se tornaram peça fundamental da estratégia militar do presidente Barack Obama no combate ao terrorismo e em missões de vigilância em outros países. Desiludido com os custos elevados e os resultados obtidos no Iraque e no Afeganistão, o governo americano escolheu os drones (aviões não tripulados) como o futuro da guerra ao terror. O Pentágono conta hoje com mais de 7 mil drones. Há cerca de uma década o país tinha menos de 50 em operação. Mesmo em período de corte de gastos e orçamento enxuto, o Pentágono pediu ao Congresso cerca de US$5 bilhões para investimentos nessas aeronaves em 2012.

Para os críticos, o uso destes aviões tende a fazer do combate uma espécie de jogo de videogame. Sem soldados em campo, com aviões controlados à distância em missões que selecionam quem vai morrer em um país onde os EUA não estão oficialmente em guerra, o uso da tecnologia é alvo de críticas e de preocupação entre os defensores de direitos humanos.

Desde dezembro de 2009, o presidente Obama autorizou a expansão do programa da CIA de drones nas áreas tribais do Paquistão. E apesar das críticas, o equipamento foi fundamental em operações recentes da guerra contra o terror. Vídeos de drones foram usados pela CIA em operações de vigilância do complexo de Osama bin Laden, no Paquistão. De acordo com o “New York Times”, com base no site longwarjournal.com, desde 2006 operações com drones mataram mais de 1.900 insurgentes nas áreas tribais do Paquistão.

Em setembro, pouco depois da passagem dos dez anos do 11 de Setembro, as forças americanas mataram no Iêmen o clérigo radical Anwar al-Awlaki, considerado o pregador mais influente da ideologia da al-Qaeda. Ele foi atingido em uma picape por um míssil de um avião não tripulado. E em episódio mais recente, os aviões foram usados na campanha liderada pela Otan, a aliança militar ocidental, contra as forças do ditador Muamar Kadafi, na Líbia.

No ano passado, um relatório do Conselho de Direitos Humanos da ONU, elaborado por Philip Alston, representante especial sobre execuções extrajudiciais, afirmava que o uso crescente desses aviões pelos EUA estava minando as restrições globais quanto ao uso de força militar e alertava que isso poderia levar ao caos com a expansão da nova tecnologia.

A discussão já chegou até na TV americana. Em episódio recente da série “The Good Wife”, uma jovem militar

No ano passado, um relatório do Conselho de Direitos Humanos da ONU, elaborado por Philip Alston, representante especial sobre execuções extrajudiciais, afirmava que o uso crescente desses aviões pelos EUA estava minando as restrições globais quanto ao uso de força militar e alertava que isso poderia levar ao caos com a expansão da nova tecnologia.

A discussão já chegou até na TV americana. Em episódio recente da série “The Good Wife”, uma jovem militar comete um erro e é condenada depois de matar um grupo de civis com o simples apertar de um botão.

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