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Esquadrilha da Fumaça realiza primeira turnê internacional com o A-29 Super Tucano

Ten Emille Cândido
Agência Força Aérea


Depois de um retorno histórico em 2015, a Esquadrilha da Fumaça estreia agora a nova aeronave em solo estrangeiro. A primeira turnê internacional com o A-29 Super Tucano acontece entre os dias 29 de março e 07 de abril e conta com paradas no Chile e na Argentina.

Para começar com força total, o palco das primeiras demonstrações é o maior evento da aviação civil e militar da América Latina e do hemisfério sul, a Feira Internacional do Ar e do Espaço – FIDAE, em Santiago, no Chile. Por lá, serão três dias de apresentações, entre 01 e 03 de abril, sob o olhar atento do público local e mundial, além de uma programação que inclui shows aéreos com o grupo de Alta Acrobacia da Força Aérea Chilena, os Halcones.

“Vai muito além que uma simples atribuição do Esquadrão. Em ações internacionais, a Esquadrilha da Fumaça leva mais que o nome da Força Aérea Brasileira, leva o nome do Brasil para outras nações. E com o A-29, um produto nacional, a indústria brasileira em sua mais alta potencialidade”, ressalta o Comandante da Fumaça, o Tenente-Coronel Líbero Onoda Luiz Caldas. “Outra vantagem fundamental está na troca de experiência. Realizamos intercâmbios regulares, mas o contato direto, amplo, entre grupos de demonstração de ponta, civis e militares, agrega em outro nível ao voo e aos nossos processos administrativos”, completa.

A parada final do Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA) nesta temporada fora do Brasil será em Córdoba, cidade Argentina sede da Escola de Aviação Militar do país, onde realiza a última demonstração na terça-feira (05), antes do retorno à Pirassununga (SP).

Com a pausa de dois anos para a adaptação à nova aeronave, novos militares foram incluídos ao efetivo do EDA, inclusive, o Tenente-Coronel Caldas, que assumiu o Comando da Unidade em dezembro de 2015 e realiza sua primeira demonstração no Chile na posição de líder. “Somos orgulhosos do trabalho que realizamos aqui e a maior emoção em atuar no exterior é mostrar esse trabalho fora do Brasil, levar o nome do país e associá-lo com o compromisso e a excelência”, relata.

Preparativos

Demonstrações internacionais representam um desafio ainda maior, mesmo para quem já está habituado a voos e manobras de alta complexidade. “Para começar, a quantidade de equipamento deslocado é muito maior do que em apresentações dentro do Brasil. A logística em si já exige uma coordenação de tarefas eficiente em virtude do efetivo envolvido inclusive com a equipe reduzida que segue conosco para a turnê”, explica o Capitão Aviador Cleryson Wander Teixeira, Ala Direita da formação (número 2).

Os preparativos ainda incluem a coordenação aérea específica para voos internacionais, como o levantamento das autorizações obrigatórias, bem como estudo das melhores rotas, possíveis pontos de apoio e condições climáticas da região. Para completar, pelo menos um dia em solo é necessário para manutenção correta das aeronaves, fator fundamental para a segurança e qualidade das demonstrações.

Ao todo, 8 aeronaves A-29 Super Tucano e 39 militares da Esquadrilha da Fumaça, entre Oficiais pilotos, das áreas de Especialização em Aviões, de Medicina e de Comunicação, além dos Graduados Especialistas em Manutenção de Aeronaves, seguem para a turnê. Além da logística, o preparativo inclui o treinamento específico para demonstrações em outro país e adaptação da trilha sonora e da locução para o idioma local. Segundo o Capitão Wander, uma demonstração exclusiva para a FIDAE foi desenvolvida. “Temos duas sequências de 20 e 25 minutos, que variam de acordo com a meteorologia no momento do voo. Ao todo, o público presente poderá assistir a cerca de 30 manobras em cada uma de nossas apresentações”, garante.

Sobre a Esquadrilha

A Esquadrilha da Fumaça teve início pela iniciativa de jovens instrutores de voo da antiga Escola de Aeronáutica, sediada na cidade do Rio de Janeiro. Em suas horas de folga, os pilotos treinavam acrobacias em grupo, com o intuito de incentivar os cadetes a confiarem em suas aptidões e na segurança das aeronaves utilizadas na instrução, motivando-os para a pilotagem militar.

A missão da Esquadrilha da Fumaça é realizar demonstrações aéreas a fim de difundir, em âmbito nacional e internacional, a imagem institucional da Força Aérea Brasileira (FAB). Entre suas principais atribuições estão, comprovar a qualidade dos produtos da indústria aeronáutica brasileira; contribuir para uma maior integração entre a FAB e as demais Forças Singulares; estimular o entrosamento entre os segmentos civil e militar ligados à atividade aeronáutica e representar a FAB no exterior como instrumento diplomático.

A-29

Fabricado pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), o A-29 é empregado pela Força Aérea Brasileira (FAB) cumprindo missões de defesa aérea, treinamento avançado, ataque leve, escolta, patrulha aérea de combate e na formação de líderes da aviação de caça.

 

O Embraer EMB-314, na FAB A-29 Super Tucano, é uma aeronave turboélice de ataque leve e treinamento avançado, que incorpora os últimos avanços em aviônicos e armamentos. Concebido para atender aos requisitos operacionais da Força Aérea Brasileira (FAB), para uma aeronave de ataque tático, capaz de operar na Amazônia Brasileira em proveito do projeto SIPAM/SIVAM, e de treinador inicial para pilotos de caça.

Em 2013 a Esquadrilha da Fumaça iniciou o processo de implantação da aeronave A29, um modelo caça responsável pela garantia da segurança nas fronteiras do país atualmente, em substituição a uma aeronave usada, ainda nos dias de hoje, para instruir futuros aviadores do Brasil. Desde 2005, a Força Aérea Brasileira utiliza o Super Tucano com a finalidade de formar novos pilotos de combate, além de prepará-los para missões de ataque e de interceptação de aeronaves.

Além do Brasil, o modelo possui oito países operadores, tais quais Angola, Burkina Fasso, Mauritânia, Colômbia, Chile, República Dominicana, Equador, Indonésia. O que confirma ser um marco para o EDA, pois incrementa sua missão de voar em um modelo ainda em produção pela Embraer e com um amplo mercado a ser explorado.

As cores da bandeira nacional continuam a compor a pintura da nova aeronave que ganha tonalidades mais fortes e marcantes para facilitar a visualização das manobras por parte do público. Entre as novidades, destaca-se a nova localização da numeração que representa a posição da aeronave nos voos em formação. Diferente do Tucano T-27, o número ficará, agora, na lateral da fuselagem. Outra inovação é o desenho da bandeira nacional na cauda do avião, feito de forma a passar uma impressão de que tremula com o vento.

Em 2015, a instituição concluiu o processo de implantação dessa aeronave na Fumaça e retomou sua agenda de demonstrações aéreas. 

Informações Técnicas

? Monomotor Monoplace e biplace

? Limite de carga G: +7 a -3,5

? Motor: P&W PT6A-68C 1.600 SHP

? Hélice: Hartzell Pentapá

? Peso vazio: 3.200 kg

? Peso máximo de decolagem: 5.400 kg

? Velocidade máxima nivelada: 590km/h

? Velocidade de cruzeiro:520km/h

? Autonomia:3h20 min (tanques internos)

? Alcance:1455 km

? Assento Ejetável: Martin Baker MK 10

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