O que esperar do Paris Air Show este ano

Por Marcus Weisgerber – Texto do Defense One

Tradução, adaptação e edição – Nicholle Murmel


O Paris Air Show acontece nesse momento em Le Bourget, e enquanto o setor de defesa fica em Segundo plano e a aviação comercial toma conta do famoso evento, fabricantes de armamentos ainda assim investem milhões para estarem presentes. (Quem não terá estandes opulentos este ano? Northrop Grumman, BAESystems e Saab)

A pergunta que não queria calar – o que a United Technologies fará com sua unidade da Sikorsky, responsável pela fabricação do onipresente Blackhawk? – foi respondida na manhã de segunda-feira: a UTC declarou que abandonará as operações na unidade localizada no estado americano de Connecticut até o fim de setembro deste ano. O Wall Street Journal informou em reportagem que Airbus, Boeing e Lockheed Martin estão toda sinteressadas em adquirir a fábrica de helicópteros. O anúncio deve gerar vários debates durante a semana em Paris, onde está reunida a maioria dos executivos do setor de aviação.

Por intermédio de Byron Callan, da Capital Alpha Partners, eis alguns outros tópicos de interesse para investidores na área: a Força Aérea americana irá certificar como apta a aeronave de ataque Scorpion desenvolvida de forma independente pela Textron? O que poderia melhorar as perspectivas para o mercado interno de jatos de pequeno porte.

Os russos em peso vieram para Paris, conforme havia sido anunciado pelo lobby da estatal Rostec no final da semana passada. A exibição conta com caças, helicópteros de ataque, aviões treinadores, de transporte e mísseis superfície-ar sofisticados sobre os quais o Defense One havia comentado ainda este ano. Um dos modelos que vale observar é o Antonov An-178 de fabricação ucraniana, que apareceu na feira semanas após o voo inaugural. Desde quando uma empresa exibe uma aeronave tão recente em um evento como esse?

A forte participação da Rússia é meio que uma surpresa, uam vez que Moscou continua de mal com Paris por conta da recisão do contrato para os dois navios anfíbios da classe Mistral após a anexação da Crimeia pela Rússia. Enquanto aviões russos chegam à França, navios de guerra dos Estados Unidos e outros 16 países lotam as águas dos Mar Báltico em manobras de grande escala.

E o que Os Estados Unidos vão mostrar no Paris Air Show? Sob comando da secretária da USAF, Deborah Lee James, a delegação do Pentágono trazem os helicópteros Apache (do Exército), Chinook, Blackhawk e Lakota, uma aeronave de vigilância P-8 da Marinha, além de unidades do F-15, F-16, A-10 e do avião “caçador de furacões” WC-130J, todos da Força Aérea.

E ainda que o C-17 Glomaster provavelmente não vai aparecer durante a feira, a aeronave de carga ainda faz notícia: a linha de produção se encerra nos próximos meses, e a Boeing está leiloando equipamentos em sua unidade fabril em Long Beach, na California.

O pouco espaço em torno do aeroporto de Le Bourget torna o show em Paris uma grande oportunidade para observer as demonstrações de voo. Diferente de Dubai, onde as aeronaves podiam desaparecer no horizonte do deserto, na paisagem parisiense elas ficam ao alcance dos olhos do público o tempo todo – exceto quando a chuva cancela a farra de uma vez. Na segunda-feira, o JF-17 Thunder da Força Aérea do Paquistão e Rafales da Força Aérea francesa se apresentaram em performances acrobáticas. Além disso, não se surpreenda se um bombardeiro B-52 americano passar pelo local, já que eles estão na Europa para exercícios militares.

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