Foi encerrado em 26 Setembro 2014, no Grupo de Instrução Tática e Especializada (GITE), em Natal (RN), o primeiro Curso de Defesa Antiaérea (CDAAE) realizado pela Força Aérea Brasileira. Durante oito semanas, os alunos tiveram instruções teóricas sobre a operação dos meios de Defesa Antiaérea utilizados pela FAB, além de instruções práticas realizadas nas dependências do 1º Grupo de Defesa Antiaérea (1º GDAAE), sediado em Canoas (RS).
O Curso surgiu de um esforço conjunto do GITE e do Núcleo da Brigada de Defesa Antiaérea (NuBDAAE) e tem por objetivo expandir a capacidade operacional de Defesa Antiaérea da FAB através da capacitação de seu pessoal. Antes de sua concepção, a formação operacional era realizada pela Escola de Artilharia de Costa e Antiaérea (EsACosAAe), unidade de ensino do Exército Brasileiro.
O curso abordou os principais subsistemas de uma Defesa Antiaérea (DAAE) no nível tático-operacional, além de apresentar uma visão geral da estrutura de funcionamento e do emprego das UDAAE, no Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA).
A cerimônia de encerramento ocorreu no auditório geral do GITE, sendo presidida pelo Comandante do Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR), Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato. Foram entregues os certificados aos alunos e troféus para o primeiro colocado da turma, Major Luis Marcelo Sotoriva.
Alterações na Defesa Antiaérea da FAB
Em julho o Núcleo de Brigada de Defesa Antiaérea (NuBDAAE) realizou a sua passagem de comando. O Coronel Luiz Marcelo Silvero Mayworm, primeiro comandante do NuBDAAE, transmitiu o cargo ao Coronel José Roberto de Queiroz Oliveira. A cerimônia foi presidida pelo Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato, comandante do Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR), e contou com a presença de autoridades civis e militares.
Também em julho, as unidades de defesa antiaérea passaram por mudanças em suas nomenclaturas. Após estudos do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER), foram suprimidas dos nomes as palavras artilharia e autodefesa. Os antigos Grupos de Artilharia Antiaérea de Autodefesa (GAAAD) agora são desginados Grupos de Defesa Antiaérea (GDAAE).
“A mudança da denominação coloca os Grupos de Defesa Antiaérea e o Núcleo de Brigada em conformidade com a regulamentação estabelecida pela Força Aérea. E também acompanha a evolução no cenário internacional dos termos empregados, além de ampliar a capacidade de atuação no âmbito nacional da Defesa Antiaérea da FAB”, afirma o novo comandante do NuBDAAE, Coronel Queiroz.
Durante a Copa do Mundo 2014, a defesa antiaérea participou de forma estratégica para apoiar a realização das competições.
Exercício Caramuru III
Os dois Grupos de Defesa Antiaérea (GDAAE), da Força Aérea Brasileira (FAB) participaram em abril de 2014 do exercício Caramuru III. A operação realizada no Campo de Provas Brigadeiro Veloso (CPBV), localizado em Cachimbo no Sul do Pará, foi coordenada pelo Núcleo de Brigada de Artilharia Antiaérea de Autodefesa (NuBAAAD), sediado em Brasília.
Repleta de novidades, a operação teve dois objetivos principais. O primeiro foi realizar o adestramento e treinamento dos militares dos grupos. E o segundo foi homologar o lançamento do míssil IGLA-S em cenário noturno, ou seja, atestar aptidão para uso. Tal tipo de ação ainda não havia sido realizado no Brasil e o exercício Caramuru III inaugurou o lançamento noturno do míssil pelos grupos de artilharia antiaérea de autodefesa da FAB.
A versão mais moderna do míssil, o IGLA-S, é preparado para receber acessórios como o visor termal, um dispositivo infrared que intensifica a emissão de calor da aeronave e facilita o acompanhamento à noite. Outro aspecto inédito foi a forma de lançar o alvo. As aeronaves F-5 do 1° Grupo de Caça (1°/1° GAVCA), sediado em Santa Cruz (RJ), entraram em ação. E pela primeira vez no Brasil um alvo foi lançado por um caça para em seguida ser atingido pelo míssil terra-ar.
O alvo utilizado foi um paraquedas iluminativo, que emite dois milhões de candela (unidade que mede a intensidade luminosa). Esse calor é suficiente para sensibilizar a cabeça de guiamento do míssil até o paraquedas iluminativo. Ele viajando na velocidade de 600 metros por segundo, atinge o alvo distante cerca de dois km em um tempo máximo de quatro segundos.
O Chefe da Seção de Operações do 1° GDAAE, Major de Infantaria Nilton Sigenori Takezawa, garante que é um ganho operacional muito grande. “Hoje as Forças Aéreas de qualquer nação vão procurar sempre se basear em recursos tecnológicos para conseguir a dissuasão e para conseguir a vantagem sobre uma eventual ameaça”, afirmou.
CARAMURU III
Nas palavras do então Comandante do NuBAAAD, Coronel de Infantaria Luiz Marcelo Silvero Mayworm, o sucesso da operação é um motivo de felicidade. “É a primeira vez que nós fazemos um exercício sem a participação de outra Força Armada. É também a primeira vez que no Brasil nós fazemos um lançamento contra um alvo lançado por uma aeronave F-5. A gente vem acreditando e trabalhando por uma atividade nova na Força Aérea que é a defesa antiaérea”, afirma. Para ele o empenho dos militares dos dois grupos de Defesa Antiaérea é motivo de orgulho. “Sinto-me recompensado pela atuação dos meus militares”, completou.
O Chefe do Estado-Maior do Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR), Major-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez, assistiu ao lançamento dos mísseis e declarou estar satisfeito com o resultado da missão. "Os grupos de artilharia antiaérea de autodefesa estão com a responsabilidade da defesa de pontos sensíveis nos diversos eventos que temos ao longo deste ano e dos demais eventos que se seguirão. Então, o sucesso alcançado, o desempenho das equipes e todo o planejamento refletirão na missão que nos foi atribuída", finalizou
Grupos de Defesa Antiaérea da FAB participam de Exercício Caramuru III
(Observar que são usados termos antigos com GAAAD)