F-22 Raptor estreia em bombardeio a alvos do Estado Islâmico


Por Marcus Weisgerber – Texto do Defense One

Tradução, adaptação, edição e título – Nicholle Murmel

A Força Aérea doa Estados Unidos empregou nesta semana aeronaves stealth F-22 Raptor para bombardear alvos do Estado Islâmico na Síria – trata-se da primeira participação das máquinas em combate.

Um oficial superior da USAF confirmou ao Defese One que o Pentágono usou os aviões nos ataques aéreos iniciado nesta segunda-feira (22SET14). Esse desdobramento é significativo uma vez que os Raptor foram declarados operacionais já em 2005.

As Forças Armadas americanas já enviavam regularmente F-22 para a base aérea de al-Dhafra – um complexo militar ao sul de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, desde 2012. Mas o Pentágono não reconhece oficialmente a localização dos aviões por ser uma questão sensível com o governo dos Emirados.

As aeronaves foram originalmente mandadas ao Oriente Médio para dissuadir o Irã de construir armas nucleares. Mas segundo Mark Guzinger, coronel reformado da USAF, e agora a serviço do Center for Strategic and Budgetary Assessments em Washington, as máquinas invisíveis a radar são feitas sob medida para o tipo de operação conduzida na segunda e na terça-feira contra o ISIS na Síria, onde há mísseis superfície-ar capazes de detectar e abater aeronaves. “Não é surpresa, considerando que o Departamento de Defesa está conduzindo operações na Síria”, delcarou Guzinger sobre o uso dos F-22.

A ofensiva aérea desta semana é o exemplo mais recente das forças americanas usando tecnologias desenvolvidas na década de 1980, projetadas inicialmente para combater a União Soviética. “A combinação de invisibilidade, velocidade, capacidade multimissão e precisão de ataque se provou relevante várias vezes ao longo do tempo”, afirma o coronel. “Este é apenas outro conflito onde a união dessas capacidades se mostrou, sem sombra de dúvida, muito eficaz”, completa.

As Froças Armadas dos EUA investiram quase 70 bilhões de dólares no desenvolvimento e aquisição de 187 unidades dos Raptor. Considerando os custos de projeto e produção, cada aeronave sai por volta de 370 milhões de dólares. No momento os aviões estão passando por um programa de atualização estimado em bilhões para incrementar função de coleta de dados para inteligência, bem como a capacidade para atacar alvos no solo.

Gunzer explica que originalmente o F-22 da Lockheed Martin foi concebido exclusivamente como aeronave de combate ar-ar – na mesma linha do F-15 Eagle da Boeing. O Raptor foi projetado para superar aeronaves de caça russas no estado-da-arte, mas no início da década de 1990 foi decidido que o bimotor também teria capacidade para lançar bombas. “A decisão inicial foi modificar metade das unidades disponíveis, e mais tarde se optou por alterar todos”, diz o coronel.

Isso significava instalar um compartimento de armas em cada aeronave. Outros caças da USAF, da Marinha e dos Fuzileiros Navais transportam armamentos nas asas, o que os torna mais visíveis a radares inimigos. O armazenamento das bombas dentro do avião, combinado com um radar avançado e cobertura especial da fuselagem reduziram a possibilidade de detecção.

Inicialmente, a Força Aérea americana previa uma frota de mais de 700 F-22. O número caiu aos poucos para 381 até chegar às 187 unidades atualmente em operação.

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