O Retorno do Samurai – Japão projeta caça de quinta geração

A recente decisão do Ministério da Defesa do Japão de solicitar para o próximo ano financiamento para trabalhos no protótipo do caça nacional japonês ATD-X (Advanced Technology Demonstrator-X) pode se tornar mais um passo para transformar o país numa força militar totalmente independente.

O estabelecimento como uma tal força independente no futuro pode reduzir significativamente a necessidade do Japão em serviços norte-americanos no campo da segurança.

Ao longo da história pós-guerra o Japão tem gradualmente restaurado o seu potencial industrial militar. A sua própria indústria de defesa estava sendo desenvolvida mesmo quando isso não fazia nenhum sentido econômico. O Japão, até recentemente, aderia ao compromisso de não exportar armamentos. O nível modesto das forças de autodefesa significava que equipamentos eram produzidos em séries relativamente pequenas e tinha um custo enorme.

No entanto, o Japão conseguiu alcançar um elevado grau de autossuficiência no setor da indústria de defesa. O país tem produzido e desenvolvido a grande maioria dos armamentos e equipamentos militares para o Exército e a Marinha.

Ao mesmo tempo, as tentativas de desenvolver uma indústria independente de aviação se deparavam com resistência política dos Estados Unidos. Se recordarmos o enorme sucesso da indústria aeronáutica japonesa das décadas de 1930 e 1940 e o potencial tecnológico total japonês, podemos supor que a criação no país de aviões militares próprios tem boas perspectivas.

No entanto, por causa da pressão dos Estados Unidos, o Japão teve que se concentrar em projetos de escala limitada. Por exemplo, na produção de caças F-1 e F-2, que era realizada com participação norte-americana. Além disso, o país produzia aviões de treinamento e combate, aviões de transporte, hidroaviões e caças norte-americanos sob licença. Em todos os casos mantinha-se uma notável dependência tecnológica dos Estados Unidos.

Ter superado essa dependência, junto com ter abandonado a política de autorrestrição de exportações de armamentos abre novas perspectivas para o Japão. Trata-se tanto de desenvolver a cooperação técnico-militar com países estrangeiros, como de adotar uma política independente na área de segurança.

Conseguir autossuficiência não será uma tarefa simples. Mesmo o projeto tecnicamente mais simples do avião regional de passageiros japonês Mitsubishi Regional Jet está constantemente enfrentando problemas. No entanto, as crescentes dúvidas sobre a eficácia das garantias de segurança por parte dos Estados Unidos em condições de aumento do preço dessas garantias fazem inevitável a continuação do rumo à independência técnico-militar.

Segundo se sabe, os planos do Japão são bastante ambiciosos e presumem a criação de um caça completo de quinta geração com um motor japonês original. Ele será equipado com um radar com uma grelha de antenas em fases, um sistema de controle óptico-eletrônico e um sistema automático de diagnóstico de danos de combate. Este último permitirá corrigir o funcionamento do sistema de controle da máquina.

Toda a experiência de desenvolvimento de aviões de quinta geração no mundo aponta para enormes riscos técnicos e um quase inevitável adiamento dos prazos inicialmente previstos de realização do projeto. No entanto, em Tóquio, parecem acreditar que o possível ganho político justifica tais riscos.

O Defesanet recomenda a leituras dos seguintes artigos:

– Caças: O “X” da Quest…, digo, da Geração (link)

– O retorno do Samurai: Em defesa da autodefesa do Japão (link)

– O retorno do Samurai – Japão aprova modificação histórica de sua Constituição pacifista (link)

– Novo caça da Mitsubishi: o Espirito Divino que defende o Japão (link)

 

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