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A Argentina comprará dos EUA 24 aviões para o combate ao narcotráfico

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Eduardo Szklarz

A Argentina comprará dos Estados Unidos 24 aviões de treinamento T-6 Texan II, que serão utilizados para o combate ao narcotráfico, controle de suas fronteiras e treinamento de pilotos.

A venda, com um valor estimado de US$ 300 milhões, foi aprovada pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, conforme informou a Agência de Cooperação em Segurança do Departamento de Defesa (DSCA, por sua sigla em inglês) dos EUA, em um comunicado de 3 de agosto passado.

"As Forças Armadas da Argentina empreenderam um caminho ambicioso para a modernização de seu material militar", disse a DSCA no comunicado. "A venda proposta revitalizará a capacidade argentina de treinar seus pilotos e realizar missões de controle, principalmente ao longo de sua porosa fronteira setentrional. A Força Aérea Argentina usará essa melhoria de capacidade para renovar seu corpo de pilotos, que terão capacidade de dissuadir atividades ilícitas."

O T-6 Texan II é uma aeronave turboélice de dois lugares de ataque leve fabricada pela Beechcraft Defense Company, cuja base de operações está localizada no estado de Kansas, EUA. Especialistas argentinos em segurança destacaram a importância da aquisição.

“A Argentina necessita recuperar sua capacidade em termos de tecnologia militar”, disse à Diálogo Juan Belikow, professor de Relações Internacionais da Universidade de Buenos Aires.

"Os aviões [T-6 Texan II] são muito importantes para treinar os pilotos em condições de operação", acrescentou o especialista. "A recuperação da capacidade tecnológica e a modernização são dois elementos absolutamente fundamentais para o país."

A luta contra o narcotráfico

Além do treinamento de pilotos, os aviões T-6 Texan II serão um componente fundamental no controle das fronteiras e na luta contra o narcotráfico.

A Argentina é o porto natural para a saída da maconha proveniente do Paraguai e da cocaína proveniente dos países andinos", disse Belikow, lembrando que as drogas saem pela costa argentina do Atlântico diretamente para a Europa, ou via África para a Europa.

"A isso agora se soma a penetração, através dos países da costa do Pacífico, da metanfetamina procedente da China", acrescentou Belikow. "Nesse sentido, para a Argentina é muito importante recuperar o controle do espaço aéreo, já que grande parte do tráfico é realizada pelo ar."

A operação de venda dos aviões inclui peças de reposição, equipamentos de comunicações e apoio, assistência técnica, equipamentos de suporte à vida, formação inicial de manutenção e treinamento inicial dos pilotos, segundo a DSCA.

Laços mais fortes entre Argentina e EUA

A aquisição das 24 aeronaves T-6 Texan II demonstra claramente a crescente cooperação entre Buenos Aires e Washington em questões de segurança.

Em seu comunicado, a DSCA afirma que a venda está em consonância com a política externa e de segurança nacional dos Estados Unidos, ajudando a melhorar a segurança de um importante aliado extra: a Organização do Tratado do Atlântico Norte.

"Essa venda potencial proporcionará oportunidades adicionais para os compromissos bilaterais e para fortalecer ainda mais a relação entre os EUA e a Argentina", acrescentou a DSCA.

A aprovação da venda teria sido informada às autoridades argentinas pelo Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, durante sua visita oficial a Buenos Aires em 4 de agosto, afirmou a imprensa local.

Nessa ocasião, Kerry e a chanceler argentina Susana Malcorra conversaram sobre os novos esforços de cooperação em temas como segurança e manutenção da paz. "Uma das prioridades é combater o crime organizado e o narcotráfico", afirmou Kerry em uma coletiva de imprensa.

Outro sinal da relação renovada entre os dois países foi a visita do presidente norte-americano Barack Obama a Buenos Aires em março. Obama e seu homólogo argentino, Mauricio Macri, assinaram acordos de cooperação na luta contra o terrorismo e o narcotráfico.

Semanas antes, em fevereiro, a ministra de Segurança argentina Patricia Bullrich se reuniu em Washington com o titular da Agência Antidrogas (DEA, por sua sigla em inglês) dos EUA Chuck Rosenberg para fortalecer a colaboração mútua.

"A DEA está muito contente com o fato de que os EUA e a Argentina possam reconstruir suas relações", afirmou Rosenberg, segundo o jornal argentino La Nación. "Seu país pode aprender conosco e nosso país pode aprender com vocês."

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