Unasul alerta contra “ingerência estrangeira” em Caracas

O ministro de Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, disse ontem que a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) não permitirá uma intervenção estrangeira na Venezuela, em uma referência velada ao anúncio de sanções contra membros do governo chavista feito pela Casa Branca. Segundo o chanceler equatoriano, a entidade também não permitirá "golpes de Estado" contra o presidente Nicolás Maduro.

"Uma vez que Nicolás Maduro é o presidente democraticamente eleito dos venezuelanos, claro que vamos nos opor deforma radical, frontal e com toda a nossa força a qualquer tentativa de desestabilização", afirmou o chanceler.

"Não permitiremos uma intervenção estrangeira, nem um golpe de Estado". Patiño fez parte de uma comissão de chanceleres da Unasul que visitou a Venezuela no fim de semana para tentar reativar o diálogo entre o chavismo e a oposição. Participaram também da visita os ministros de Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e da Colômbia, María Ángela Holguín, além do secretário-geral da entidade, Ernesto Samper.

Mudança

Ainda ontem, a Unasul negou que as eleições parlamentares venezuelanas serão realizadas em setembro, apesar de ter confirmado a data num comunicado divulgado no fim de semana. "Queremos nos desculpar pelo comunicado que informava que a eleição deveria ser em setembro", disse Samper.

"A menção ocorreu por um calendário prévio que temos na Unasul sobre as eleições esperadas para o ano. O anúncio correto será feito pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE)."

O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, disse, no entanto, que é mais provável que as eleições ocorram em novembro ou dezembro. "O CNE nos disse que marcará as eleições, no máximo, em um mês e é provável que elas ocorram no fim do ano", disse. "A realização das eleições foi confirmada nas reuniões que tivemos com a presidente do CNE e com Maduro."

Para Vieira, a realização de eleições ajudará a reduzir a tensão política no país. "A oposição nos disse que a solução do problema são as eleições e o governo afirmou que as convocará", acrescentou o ministro. Ainda de acordo com o chanceler, as reuniões mantidas pela comissão da Unasul em Caracas foram construtivas e sem as tensões relatadas à imprensa.

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