No Dia Nacional de Doação de Órgãos, saiba o quanto a FAB já ajudou

Ten Cristiane dos Santos / Tenente Aline Fuzisaki

O Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos é celebrado nesta quarta-feira (27/09). O objetivo da data é conscientizar a população sobre a importância de ser doador, com o intuito de ajudar milhares de pessoas.

Um dos desafios da Força Aérea Brasileira (FAB) é vencer a luta contra o tempo e fazer com que os órgãos dos doadores cheguem aos receptores. O tempo de isquemia, que é o período necessário e viável entre a retirada do órgão e o transplante, pode durar apenas quatro horas, no caso do coração e dos pulmões.

Asas que salvam vidas O Ministério da Saúde tem um acordo voluntário de cooperação com as companhias aéreas com a finalidade de assegurar o translado dos órgãos e tecidos. Em complemento, o Ministério e a FAB assinaram um Termo de Execução Descentralizada (TED) que permitiu o ressarcimento das horas voadas e intensificou a participação da Força nesta empreitada.

O pedido é demandado pela Central Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde a o Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE). Desde a assinatura do TED até agosto deste ano, a FAB realizou 251 missões, contabilizando cerca de 2 mil horas de voo e 323 órgãos e tecidos transportados.

Os órgãos mais doados foram fígado (154), seguido de coração (51) e rim (49). A FAB realiza o transporte por meio de sete Esquadrões de Transporte Aéreo (ETA). Eles estão localizados na região Norte do País (Belém e Manaus), no Sudeste (Rio de Janeiro e Guarulhos), no Centro-Oeste (Brasília), no Sul (Canoas) e no Nordeste (Recife).

Conforme a distância entre o doador e o receptor, o COMAE determina a unidade que realizará a missão. O Tenente-Coronel Ivan Lucas Karpischin, Comandante do Esquadrão Guará (6º ETA), sediado na capital federal, explica que a unidade aérea é bastante acionada, em virtude da localização central e por operar a aeronave Learjet VU-35.

“Recentemente houve uma missão em que a equipe médica partiu de Brasília, o doador estava em Belém (PA) e o receptor estava em Rio Branco (AC). O Esquadrão Guará foi acionado e utilizou a aeronave mais rápida para este tipo de missão, o Learjet”, explica.

Logística

Geralmente, as missões são extensas e incluem várias etapas. A primeira é buscar a equipe médica, que pode estar em cidade diferente da localidade do esquadrão; em seguida, levar a equipe até o doador, aguardar a retirada do órgão e transportá-lo até o receptor.

A última etapa é aguardar a cirurgia de transplante e retornar com a equipe para a localidade de origem O Tenente Aviador Vinicius Coutinho Loyola, do Esquadrão Guará, já realizou 16 missões em menos de dois anos.

“Esta é uma operação muito gratificante. De certa forma, deixa a gente satisfeito em saber que o nosso trabalho contribui para que uma pessoa tenha uma vida melhor. Fico feliz, principalmente, quando nos informam que o transplante teve êxito”, revela.

Como ser um doador?

Quem pretende ser doador, precisa comunicar à família este desejo, uma vez que a doação de órgãos só acontece após autorização familiar. A doação pode ser de órgãos (rim, fígado, coração, pâncreas e pulmão) e de tecidos (córnea, pele, ossos, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue do cordão umbilical). O rim, parte do fígado e da medula óssea podem ser doados em vida.

Ministério da Saúde cria campanha e avalia papel da FAB no transporte de órgãos

Em comemoração ao Dia Nacional da Doação de Órgãos, o Ministério da Saúde lançou, nesta quarta-feira (27/09), a campanha “A hora de lembrar”, com o objetivo de incentivar a doação de órgãos.

Durante uma coletiva de imprensa, foi apresentado um balanço dos transplantes realizados no Brasil nos últimos anos, além de conteúdos publicitários relativas à campanha, que é voltada para a conscientização dos familiares quanto à importância de autorizar a doação de órgãos.

De acordo com a Coordenadora-Geral do Sistema Nacional de Transplantes, Rosane Reis Nothen, durante o primeiro semestre de 2017, houve um aumento de 16% no número de transplantes com relação ao ano passado, e isso se deve, principalmente, à atuação das companhias áreas e da Força Aérea Brasileira, que dão apoio ao transporte de órgãos.

“Nesse período, tivemos um aumento de quase 30% de transporte aéreo de órgãos e equipes, feito pelas companhias aéreas. Além disso, ganhamos a parceria da FAB de maneira incondicional, então, temos sempre uma aeronave à disposição que fica prestando serviço para o transporte de órgãos e isso também impulsionou os transplantes”, afirmou Rosane Nothen.

O Ministro da Saúde, Ricardo Barros, também ressaltou a importância do trabalho realizado pela Força Aérea Brasileira no apoio ao transporte de órgãos, que foi reforçado após a assinatura do decreto nº 8.783. “Não teríamos esses 16% no aumento de transplante se não fosse o trabalho feito pelos nossos companheiros de FAB”, disse o titular da Pasta.

O Subchefe de Avaliação e Doutrina do Comando de Preparo (COMPREP), Brigadeiro do Ar Raimundo Nogueira Lopes Neto, acompanhou a coletiva de imprensa. Além de representantes do Ministério da Saúde, alguns parlamentares também estiveram presentes.

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem o maior sistema público de transplantes do mundo. Para os próximos anos, a meta do País é diminuir a lista de espera, já que, atualmente, mais de 41.000 aguardam por um órgão. A Força Aérea Brasileira realizou o transporte de 366 órgãos para transplante em todo o País entre 07 de junho de 2016 e 27 de setembro de 2017. Desse total, foram 174 fígados, 96 corações, 52 rins, 18 pâncreas, 16 pulmões, 06 tecidos ósseos, 03 baços e 01 linfonodos.

Fotos: Agência Força Aérea / FAB

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